Paraguaios vão às urnas escolher presidente

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Por AE
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Um ex-bispo apoiado simultaneamente pela extrema esquerda e a direita; uma mulher que representa um partido machista que está há 61 anos no poder; um ex-general que após duas tentativas de golpes de Estado decidiu conquistar o poder pela via democráticas. Esses são os candidatos que disputam a presidência do Paraguai. A eleição de hoje, em turno único, também pode representar o fim das seis décadas de hegemonia do Partido Colorado. Pela primeira vez, segundo os analistas, a oposição tem chance real de vitória. As eleições também interessam ao Brasil. A exigência da revisão do Tratado de Itaipu foi um tema constante na campanha. Além disso, o Paraguai desperta interesse por causa da comunidade de brasiguaio. O nervosismo tomava conta neste fim de semana tanto do palácio presidencial quanto do quartel-general do candidato da Aliança Patriótica para a Mudança, Fernando Lugo - bispo suspenso de suas funções episcopais pelo Vaticano. O presidente Nicanor Duarte - colorado - alertou ao longo da semana para a possibilidade de distúrbios por parte da oposição, em caso de derrota de Lugo e da vitória de sua candidata, Blanca Ovelar, ex-ministra da Educação. O ex-bispo, por seu lado, suspeita que o governo esteja preparando fraudes para manter-se no poder. Para complicar, o ex-general golpista Lino Oviedo, candidato da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), nos últimos dias avançou nas pesquisas, disputando o segundo lugar com Blanca. As últimas pesquisas, da consultoria Ati Snead, mostram Lugo com 38,6% das intenções de votos; Oviedo tinha 23,5%. Blanca teria 20%.

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