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Para votar CPMF, governo recorre a ACM

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Por Agencia Estado
Atualização:

As negociações do governo com o PFL para desobstruir a pauta da Câmara passam pela Bahia. É no Estado, a 1500 quilômetros do Congresso, que o ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) orienta uma ?bancada? de parlamentares sobre o que deve ou não ser votado. Seu poder de influência, que se estende ao Senado, quase um ano depois de ter renunciado, é reconhecido pelo governo. Não foi atoa, portanto, que o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, lhe telefonou na semana passada pedindo apoio para aprovar duas propostas tidas como prioritárias: a medida provisória que compensa as concessionárias de energia elétrica pelos prejuízos causados pelo racionamento, que está trancando a pauta de votação, e a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), cujo atraso provocará um prejuízo no caixa do governo de R$400 milhões por semana. ??A presença de Antonio Carlos continua muito forte no PFL?, constata o senador Ney Suassuna (PMDB-PB). ?Sempre se nota um viés do ACM nas decisões do partido?. Para o deputado Roberto Brant (PFL-MG), não há dúvidas quanto a influência do ex-senador nas decisões do partido. ?Ele tem uma bancada grande?, resume. Brant lembra que até a Executiva, inicialmente favorável à MP das concessionárias de energia, mudou de idéia diante dos argumentos do cacique baiano. Igualmente revelador é o fato do relator da MP, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), ter mudado o parecer favorável à proposta, depois de ACM ameaçar abandoná-lo nos palanques, no editorial publicado no jornal de sua família. ?O aleluia está pisando em ovos?, comenta um deputado. ?Ele morre de medo de ser deserdado?. No mês que vem completa um ano que ACM está longe do Congresso. Ele renunciou para não correr o risco de ter o mandato cassado no episódio de violação do painel eletrônico do Senado. Suas opiniões sobre o partido e o governo ? com o qual rompeu depois do Palácio do Planalto ter apoiado a escolha de Jader Barbalho (PMDB-PA) ? continuam a mesma. A exceção fica por conta da afinidade que agora parece manter com o presidente do PFL, senador Jorge Bornahusen (SC), que agora, mais do que nunca, termina adotando as medidas que ele defende na Bahia.

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