O julgamento sobre a legalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, deve ficar para o mês de junho, segundo informou nesta quarta-feira, 14, o ministro da Justiça, Tarso Genro. Ele disse que conversou com o ministro Carlos Ayres Britto, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), e foi informado de que foram anexadas ao processo duas petições, que segundo a lei processual terão que ser analisadas pelo Ministério Público. Veja também: STF nega pedido de apreensão de armas na Raposa Serra do Sol Derrota no STF pode causar mais violência em Roraima, diz líder indígena Lula desautoriza militares contrários à Raposa Serra do Sol Decreto de Lula deve ampliar presença militar em área indígena Fórum: na sua opinião, qual é a solução para o conflito Saiba onde fica a reserva e entenda o conflito na região Galeria de fotos da Raposa Serra do Sol O ministro negou que sua ida à Raposa tenha acirrado o conflito entre índios e arrozeiros. "Pelo contrário, minha presença lá foi para dar sustentação ao trabalho da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança e o ambiente se pacificou". Tarso Genro participa na manhã desta quarta de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara sobre a situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. No Senado, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) também discute nesta quarta a demarcação da reserva, localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana. Antes de abrir a reunião no Senado, o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), disse que o conflito entre a comunidade indígena e os produtores de arroz vem acontecendo de forma permanente, com a morte de muitas pessoas. Na opinião de Paim, é correta a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Justiça em relação à manutenção da terra aos povos indígenas. Reserva A reserva, de 1,7 milhão de hectares, foi homologada por decreto presidencial em 2005, mas ações questionam a demarcação em área contínua no Supremo Tribunal Federal (STF). No local vivem cerca de 20 mil indígenas, não-indios e há fazendas de produção de arroz. Uma operação da Polícia Federal de retirada da população não-índia do local provocou protestos e foi suspensa pelo STF. Dia 5, nove índios foram feridos a tiros por seguranças da fazenda Depósito, do arrozeiro Paulo César Quartiero, quando entraram na área e construíam casas. (com Agência Senado)