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Para socióloga, geografia e baixo analfabetismo beneficiam Santos

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Por Redação
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Com 418 mil habitantes, Santos era a cidade brasileira com menor proporção de pobres em 2003. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgada ontem, apenas 4,6% da população do município está abaixo da linha da pobreza e consome até R$ 149,78 por mês. Especialista em cultura e mestre em educação popular, a socióloga Edna Gobetti Vieira Coelho lembra que Santos ganhou no ano passado o título do Ministério da Educação de cidade livre do analfabetismo. "Temos sempre que ligar analfabetismo à pobreza e, em Santos, o número de analfabetos é mínimo. O investimento em educação é prioritário", afirma a professora da Universidade Católica de Santos (UniSantos). Segundo Edna, a geografia de Santos impede a concentração de pobreza. "Os morros são urbanizados, as pessoas com menos poder aquisitivo concentram-se nas cidades vizinhas." Tocantins tem três cidades com panorama oposto ao de Santos: lá, a pobreza é a regra. Em Mateiros, porta de entrada para o Jalapão, região que abriga desertos com dunas e cachoeiras ainda pouco exploradas, 81,5% dos cerca de 1,8 mil moradores viviam em situação de extrema carência em 2003. Em Campos Lindos, a agricultura não parece ter transformado a vida de 84% dos seus 7.858 moradores, que também vivem abaixo da linha da pobreza. Lá estão algumas das maiores plantações de soja do Estado. Em Muricilândia, 81,8% dos cerca de 2,6 mil moradores sobreviviam em condições de extrema pobreza em 2003. No Sudeste, a campeã no ranking da pobreza é Japeri, na Baixada Fluminense. Entre 2003, ano do levantamento do IBGE, e 2008, a cidade viu a população ultrapassar 93 mil pessoas e o programa Bolsa-Família alcançar 5,2 mil famílias, mas o cenário não mudou muito. O benefício atinge um terço do número de famílias pobres estimadas a partir dos números do IBGE. REJANE LIMA, ALEXANDRE RODRIGUES E JOCYELMA SANTANA

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