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Para secretário, briga tucana cria cenário favorável ao PT

Por Agencia Estado
Atualização:

A briga surgida dentro do PSDB para definir qual será o candidato da legenda à presidência da República ajudou a criar um clima de tranqüilidade para o PT e está dando à sigla a chance de se estruturar para as eleições, na avaliação do secretário de Organização do partido, Francisco Campos. Segundo ele, o partido está aproveitando que os holofotes estão voltados para a rivalidade entre o prefeito de São Paulo, José Serra, e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, para organizar sua agenda para os próximos meses e dar início à formação de seus palanques eleitorais. "Esperamos que os tucanos briguem bastante e entrem com o bico quebrado nas eleições", disse o secretário. Campos afirmou que a disputa tucana "deu um refresco" ao PT depois da crise enfrentada pela legenda desde o meio do ano passado. De acordo com ele, o PT ocupava o centro das atenções com a eclosão do escândalo do mensalão e do esquema de caixa dois de campanha antes de o PSDB dar início ao processo de escolha de seu candidato. "Agora, estamos em uma situação muito mais tranqüila para estruturar o partido." Ele acrescentou que o PT tem trabalhado para tentar impedir uma perda de espaço junto ao eleitorado, em função das denúncias de corrupção. "Queremos fazer com que o PT saia dessa disputa com o tamanho que realmente tem", afirmou. Campos reconheceu que os preparativos para as eleições ainda dependem de definições que extrapolam a estrutura partidária, como uma definição sobre a manutenção da verticalização e a disposição do PMDB de se manter no palanque do presidente Lula. Ele explicou que o PT tem aproveitado para se concentrar principalmente em suas candidaturas estaduais, já que a sigla continua dando como certa a disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de disputar um novo mandato. Já está confirmada, por exemplo, a candidatura de Olívio Dutra ao governo do Rio Grande do Sul, que segundo Campos foi aclamado pela sigla para disputar a eleição. Já em Santa Catarina, a cabeça da chapa ficou com o ex-prefeito de Chapecó, José Fritsch, após a senadora Ideli Salvatti ter falhado em obter o número de assinaturas necessárias para colocar seu nome na disputa. Foram definidos também os nomes de Flávio Arns no Paraná, de Wellington Dias no Piauí, Humberto Costa em Pernambuco, Marcelo Déda em Sergipe, entre outros. Campos admitiu também que o PT está avaliando a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa em Minas Gerais diante da força do governador Aécio Neves (PSDB-MG) nas pesquisas. Além disso, confirmou para o dia 7 de maio a realização das prévias para a escolha do candidato ao governo de São Paulo, que envolverão a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o senador Aloizio Mercadante. Campos reconheceu que existem "algumas farpas" entre os dois pré-candidatos mas, segundo ele, os problemas não são suficientes para impedir que o PT assegure sua unidade após a definição. "A situação está sob controle", assegurou.

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