PUBLICIDADE

Para Ricupero, instituições devem ‘cortar na carne’ para sobreviver

Ex-ministro vê risco de ruptura constitucional se Congresso aprovar reformas que ‘pioram a situação do País’

PUBLICIDADE

Foto do author Gilberto Amendola
Por Gilberto Amendola
Atualização:

O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero defendeu neste sábado, 12, a construção de “consensos” em torno da reforma política e econômica como uma tentativa do Brasil para sair do que ele considera uma crise institucional. “Deveríamos construir consensos em torno de alguns pontos de uma reforma política e econômica e estabelecer metas concretas para ampliar os horizontes do País”, disse.

O ex-ministro participou em São Paulo do primeiro colóquio promovido pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, que tem apoio do Estado, para debater a consolidação e o aprimoramento das instituições brasileiras. O ciclo de colóquios é quinzenal.

Ricupero durante debate do Instituto Fernand Braudel que tem apoio do 'Estado' Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

PUBLICIDADE

Entre os consensos possíveis, Ricupero citou a adoção do voto distrital misto, a proibição de coalizões em eleições proporcionais, a criação de restrições para partidos nanicos, entre outras. Para ele, o País deveria traçar metas até o bicentenário da Independência, em 2022. “As instituições só sobrevivem quando são capazes de diagnosticar seus problemas e se reformarem, às vezes, cortando em sua próprio carne.”

Neste contexto, Ricupero disse ver dois cenários. No primeiro, “o Congresso vota reformas que pioram a situação do País e, independentemente de quem for o próximo presidente, caminha-se para uma ruptura constitucional”. O segundo prevê reformas efetivas que promovam melhora no clima institucional, político e econômico do País – sem ruptura constitucional.

Líderes. Apesar do ambiente, Ricupero disse que é em momentos como esse que aparecem líderes. “Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva foram lideranças improváveis que nasceram no fim da ditadura, em um ambiente que não era o mais propício para elas surgirem.”

Norman Gall, diretor executivo do Instituto, sugeriu a criação de um grupo para traçar metas para o País, tendo como norte o bicentenário da Independência. Ricupero seria o coordenador do grupo, que ainda teria a participação de jovens e intelectuais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.