Para relator da CPI, acareação entre Vaccari, Duque e Barusco é precipitada

Deputado Luiz Sérgio avaliou que antes disso é preciso ouvir o depoimento do doleiro Alberto Youssef

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Por Daiene Cardoso , Ricardo Brito e Daniel de Carvalho
Atualização:

BRASÍLIA - O relator da CPI da Petrobrás, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), considerou precipitada a possibilidade da comissão convocar o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-diretor da estatal Renato Duque e seu subordinado, Pedro Barusco, para uma acareação. O pedido de acareação deve ser encaminhado pelos parlamentares da oposição, uma vez que Vaccari, Duque e Barusco são apontados como operadores do esquema que supostamente teria beneficiado o PT. 

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"Decidir por um processo de acareação em que nós sequer ouvimos ainda aquele que era o banco central da corrupção, que era o (doleiro Alberto) Youssef, eu acho precipitado", disse Luiz Sérgio.

Após depoimento de sete horas de Vaccari, o relator considerou "positiva" a decisão do tesoureiro falar aos parlamentares mesmo com a garantia de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que o permitia ficar calado. Para Luiz Sérgio, Vaccari decidiu falar "para não deixar perguntas sem respostas".

O petista voltou a cobrar que outros citados na Operação Lava Jato sejam ouvidos pela CPI. "Não podemos transformar a CPI da Petrobrás em uma CPI que se ouve apenas diretores da Petrobrás e membros do PT. Esse é um processo mais amplo. O PT não é o partido que tem mais parlamentares citados neste escândalo", enfatizou. Em sua avaliação, teria sido melhor se os empresários tivessem sido ouvidos antes dos citados na investigação da Polícia Federal. 

O ex-tesoureiro do PTJoão Vaccari Neto Foto: CPI PETROBRÁS;LAVA JATO;VACCARI;DUQUE;BARUSCO

Assim como Vaccari, o relator também desqualificou a delação premiada de Youssef por considerar que ele já mentiu em outras ocasiões e que poderia estar faltando com a verdade mais uma vez. "Como houve uma mentira, pode haver outras mentiras", concluiu.

Ratos. Sobre o incidente envolvendo ratos no plenário, Luiz Sérgio lembrou que o Parlamento já tem uma aprovação "mais baixa que o governo" da presidente Dilma Rousseff e que o episódio piora a imagem da Casa. "Aqueles que buscam transformar isso num circo só contribuem para o descrédito do Legislativo", destacou. 

O petista acredita que houve orientação de parlamentares para que o servidor soltasse os animais na sessão e insinuou que o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) tenha participado da ação porque o ex-funcionário da Câmara já foi seu assessor. 

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