Para PMDB redução de ministérios é mais importante que pacote Anticorrupção

Leonardo Picciani afirma que prioridade da sigla neste momento é o ajuste fiscal e diz que 'nós já temos leis anticorrupção no País', em referência ao pacote encaminhado ao Congresso por Dilma

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Por Pedro Venceslau
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Brasília - Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), disse nesta quinta-feira, 19, que o pacote anticorrupção apresentado pela presidente Dilma Rousseff não será a prioridade da bancada, que é a maior da Casa. "A prioridade total do PMDB neste momento é votar o ajuste econômico, debater e chegar a uma conclusão de qual é a medida, a régua necessária para o ajuste", afirmou o peemedebista.

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Questionado sobre a agenda prioritária do partido na Câmara, ele afirmou que pretende colocar em votação na terça-feira a PEC que reduz o número de 39 para 25 o número de ministérios. "É um exagero ter 39 ministérios. Cortar seria uma demonstração clara e inequívoca do compromisso do governo", afirmou.

A iniciativa de Picciani ocorre um dia após o ex-ministro da Educação Cid Gomes deixar o cargo depois de discutir com deputados na Câmara e chamar o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de "achacador". Nesta quinta, contudo, a presidente Dilma afirmou que o episódio foi pontual e que não vai realizar reforma ministerial. "Não tem reforma ministerial. Não adianta vocês (imprensa) botarem que tem reforma ministerial porque não tem. Não vou fazer", disse.

Líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), à direita na foto Foto: Andre Dusek/Estadão

O líder do PMDB, por sua vez, argumenta que já existem leis que punem a corrupção e não se arrisca a prever um prazo para que sejam votadas as medidas enviadas pelo Palácio do Planalto como resposta às manifestações do dia 15 de março. 

"A vida não para a fim de que se investigue a corrupção. Ela tem de ser investigada no dia a dia. Acho que nós já temos leis anticorrupção no País, tanto é que já temos pessoas sendo punidas, respondendo a processo e presas por corrupção", pontuou o peemedebista, que participou na manhã desta quinta de uma reunião com os deputados da sigla.

Para Picciani, o pacote anticorrupção deveria ter sido discutido "previamente" com os partidos da coalizão governista, da qual o PMDB faz parte, antes de ser enviado ao Congresso. "Podia chegar um texto mais redondo. Como isso não foi feito, essa discussão se dará a partir de agora. Isso requer tempo e paciência". Dos cinco pontos do pacote apresentado nessa quarta, o único que pode trancar a pauta é o projeto que exige ficha limpa para servidores públicos, que chegou com pedido de urgência. 

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