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Para petistas, entrevista de Marta é motivada por 'mágoa'

Por Ricardo Della Coletta
Atualização:

A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT) ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual ela critica a presidente Dilma Rousseff e abre fogo contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e contra o presidente do PT, Rui Falcão, gerou "indignação" e um profundo mal estar entre parlamentares e dirigentes do partido. Para petistas ouvidos pelo Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, Marta demonstra "mágoa", ignora espaços conquistados dentro da legenda e demonstra estar pavimentando sua saída do PT com o objetivo de disputar a prefeitura de São Paulo em 2016."É uma entrevista muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê isso com muito maus olhos", resumiu o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice. "Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e sempre galgou os cargos que ela almejou. Ela não deveria ficar chutando dessa forma. Não deveria jogar para cima tudo o que o partido lhe proporcionou", acrescentou o deputado federal Vicente Cândido (SP).Em entrevista publicada neste domingo, 11, a senadora e ex-ministra da Cultura chama Mercadante de "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele "traiu o partido e o projeto do PT". Marta tampouco poupa a gestão Dilma e argumenta que "não se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela". "Em 2013, esse fracasso era mais do que evidente", disse Marta.O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) avalia que Marta carrega uma "mágoa" por ter sido preterida nas escolhas do partido nas últimas eleições para o governo de São Paulo e para a prefeitura da capital. "Na política, não se pode ter ranço ou raiva. Ela está procurando um pretexto para se separar (do PT)", afirmou.O deputado Vicente Cândido (SP), por sua vez, disse que Marta tem responsabilidade pelos vícios do PT apontados por ela na entrevista e deveria atuar para resolvê-los internamente. "Qualquer outro partido que ela for não será melhor do que o PT na inserção social. O PT é isso por responsabilidade de todos e também dela. Principalmente de quem teve cargo de destaque, como foi o caso dela". Cândido também criticou o relato feito por Marta sobre o movimento que pregou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de Dilma. Marta foi a principal articuladora do "Volta, Lula" e, na entrevista, sugere que o ex-presidente incentivou em alguns momentos o prosseguimento das conversas. "A Marta tem o cálculo errado. Muita gente queria o Lula de volta, mas isso dependia de um gesto da Dilma. Duvido que, se a Marta estivesse no lugar da Dilma, ela faria esse gesto, de retirar o time de campo", afirmou o deputado.

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