Para o governo, resultado sepulta discurso do golpe

Ministro da Casa Civil diz que domínio dos partidos alinhados ao Planalto nas eleições municipais legitima a gestão de Michel Temer

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Por Isabela Bonfim e BRASÍLIA
Atualização:

O Palácio do Planalto avaliou que o resultado das eleições municipais legitima o governo do presidente Michel Temer. Para o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a ampla vitória de partidos da base aliada dá fôlego às medidas da equipe econômica do governo e “sepulta” as contestações à gestão que assumiu após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Essa eleição sepulta qualquer tipo de contestação, seja sob o ponto de vista institucional, de legitimidade, ou de programa de governo”, afirmou Padilha ao Estado.

"Os partidos da base do governo vão fazer próximo a 90% dos votos nessas eleições municipais. Em que pese todo o discurso que os partidos de oposição utilizaram rebatendo as medidas do governo, o resultado diante da sociedade foi altamente negativo para eles e, por consequência, positivo para o governo", Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil Foto: Estadão

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O ministro rebateu críticas da oposição de que o atual programa de Temer não foi aprovado pelos eleitores quando o então candidato à vice-presidente se elegeu, juntamente com Dilma. Na opinião de Padilha, as eleições municipais podem ser entendidas também como uma aprovação ao governo federal.

“Onde mora o cidadão? É no município. A sociedade, ao votar maciçamente nos candidatos do governo, está mostrando que apoia as iniciativas que foram tomadas”, disse. “Essa é a manifestação do cidadão.”

Ele criticou os partidos de oposição e ressaltou que o PT perdeu espaço em prefeituras e câmaras municipais nesta eleição. “Em que pese todo o discurso que os partidos de oposição utilizaram rebatendo as medidas do governo, o resultado nas urnas foi altamente negativo para eles e, por consequência, muito positivo para o governo”, disse.

O ministro disse que o resultado demonstra que a população apoia a premissa básica do governo Temer, que segundo ele, é limitar as despesas e parar o endividamento. “Os brasileiros viram que o Brasil não tem uma outra alternativa”, afirmou.

PEC. A avaliação de Padilha coincide com a de outros membros do núcleo político do governo. Uma preocupação do Planalto era que a votação e aprovação da PEC do Teto na Câmara dos Deputados, na reta final do segundo turno das eleições, tivesse impacto negativo nas campanhas dos candidatos governistas às prefeituras.

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Segundo o ministro da Casa Civil, o apoio da população é essencial para o governo federal manter a base coesa na segunda fase da votação da PEC do Teto – em novembro, desta vez no Senado.

“Todos tomaram a consciência de que os gastos do governo não podem ser desenfreados, não se pode sair aumentando a conta todo ano sem nenhuma responsabilidade”, disse.

A proposta vai tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e depois segue para o plenário. A votação em primeiro turno está marcada para o fim do próximo mês. A votação final está prevista para ocorrer em meados de dezembro.

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