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Para Mônica Veloso, está na hora de ''''virar a página e tocar o barco''''

Ela está de mudança de Brasília para Belo Horizonte

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Por Ana Paula Scinocca e BRASÍLIA
Atualização:

Um dia depois de ver o pai de sua filha de 3 anos escapar da cassação, a jornalista Mônica Veloso, pivô da crise, deixou claro que seguirá em frente, sem olhar mais para o que passou. Fria, ela evitou ataques ao presidente do Senado, Renan Calheiros e aos senadores que o absolveram. "Está na hora de virar a página. De tocar o barco", disse. De São Paulo, onde está para uma série de reuniões com a Abril, que edita a revista masculina Playboy - da qual será capa em outubro -, Mônica falou rapidamente com o Estado pelo telefone ontem pela manhã. "Não quero dar entrevistas. Não é o momento e não quero polemizar." A Abril negou que a visita a São Paulo fosse para novas fotos para a revista. Informou que ela veio tratar das estratégias de divulgação. O ensaio, assinado pelo fotógrafo JR Duran, foi feito no Rio de Janeiro. Segundo a Abril, o caso Renan não será explorado diretamente pela revista na divulgação. Por causa do escândalo envolvendo seu nome, Mônica decidiu, segundo relatos de amigos, deixar Brasília e mudar para Belo Horizonte. A mudança começou a ser feita no último dia 7. REPERCUSSÃO O jornal britânico The Financial Times destacou: "Chefe do Senado brasileiro sobrevive a escândalo." O jornalista Jonathan Wheatleyin relata para o público inglês como se deu a vitória do senador Renan Calheiros na votação em plenário e registra que as denúncias "paralisavam" a Casa desde maio. O texto diz que a oposição está chocada e os governistas, entusiasmados. O FT ainda questiona a habilidade do governo de aprovar a CPMF no Congresso. O Clarín, jornal de maior circulação na Argentina, deu destaque ao clima do julgamento. "Houve pontapés, murros, parlamentar com consideráveis feridas e vários machucados", relata, sobre os momentos anteriores à votação. De acordo com o jornal de Buenos Aires, a cena lembrou uma "barricada juvenil". O jornal diz que a decisão, para muitos, foi um "escárnio" e lembra que Renan é o terceiro na linha sucessória. O segundo maior jornal argentino, La Nación, estampou: "Indignação pela absolvição de um aliado de Lula." Depois de "uma novela que incluía lobistas, amantes, testa-de-ferro e gado superfaturado", prossegue o texto, o presidente do Senado foi absolvido "em uma sessão histórica". O diário analisa que o presidente Lula "não respirou aliviado", embora o seu aliado tenha sido poupado no julgamento político. O site do jornal espanhol El País destacou ontem: "Uma apertada votação absolve o presidente do Senado brasileiro." Explica como foi o julgamento político, por suspeita de corrupção, e dá detalhes da sessão em que foi mantido o mandato do parlamentar. Por fim, salienta que Renan foi o primeiro presidente do Senado a ser submetido a um processo de cassação, lembrando as demais acusações que pesam contra ele. Também na internet, a emissora de TV e agência de notícias britânica BBC destacou a absolvição de Renan por "margem estreita" de votos. Trata o senador como "um dos mais influentes políticos do Brasil" e diz que ele " lutou com sucesso para a votação ser secreta", com o objetivo de ganhar mais facilmente o apoio de colegas. O correspondente da emissora descreve a tensão antes da votação e a briga envolvendo deputados. No Chile, o jornal El Mercurio destacou em seu site que o senador absolvido, "um experiente político de 51 anos", lutava desde maio contra as denúncias de corrupção. "Renan Calheiros, aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ora se salvou da cassação", informou o periódico, na internet. O jornal chileno também relembra as demais acusações contra o presidente do Senado no Conselho de Ética, que poderão levá-lo a novos julgamentos "nos próximos meses".

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