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Para ministro, Justiça tarda em conflitos no campo

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Por Mariângela Gallucci
Atualização:

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, reconheceu ontem que o Judiciário tem uma parcela de culpa na crise fundiária. Segundo ele, os processos envolvendo conflitos de terra deveriam ter uma solução mais rápida, porque "uma resposta no tempo certo minimiza, reduz e previne outros conflitos". Mendes defendeu a especialização de órgãos do Judiciário e do Ministério Público na solução de conflitos agrários. "É preciso repensar o processo judicial direcionado à resolução dos conflitos fundiários rurais e urbanos de modo a torná-lo mais célere e eficaz", pregou o ministro, ao instalar o Fórum Nacional para Monitoramento e Resolução dos Conflitos Fundiários. O presidente do STF afirmou que, algumas vezes, os Poderes Executivo e Judiciário utilizam critérios diferentes quando está em discussão, por exemplo, a demarcação de terras. "Muitas vezes há um divórcio dos critérios do Executivo, ao fixar a propriedade como improdutiva, com os critérios do Judiciário", disse. Para Mendes, os conflitos de terra fazem com que o Brasil pareça dois países. "De um lado, a potência emergente a se destacar pelas soluções criativas, pela pujança econômica e pelo amadurecimento político; de outro, situações cotidianas de conflito a remeter a cenários medievais, revelando as profundas desigualdades deste país continental", comparou. "O Brasil chegou, portanto, ao século 21 sem ter resolvido um problema com raízes no século 16."

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