Para Lula, governadores têm de ajudar na prorrogação do imposto do cheque

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Por Leonencio Nossa e BRASÍLIA
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem, durante reunião do conselho político do governo, no Palácio do Planalto, que muitos governadores têm adotado posição dúbia em relação à proposta de emenda que prorroga a CPMF até 2011. "Em conversa particular comigo, eles são a favor, mas não se posicionam em público", protestou Lula, segundo relato de participantes do encontro. Lula teria dito que os governadores deveriam pressionar as suas bancadas a aprovar a emenda, pois o imposto do cheque beneficia os cofres dos Estados. O presidente também apresentou números. Pelas suas contas, sem a aprovação da emenda, Goiás perderá R$ 700 milhões; Minas, R$ 4 bilhões; Rio, R$ 3 bilhões, e São Paulo, um total de R$ 6 bilhões. Os números exibidos ontem pelo presidente, apesar de inflados, não são novidade. Depois de interrompidas oficialmente as negociações com o PSDB, há cerca de 15 dias, o governo divulgou uma tabela com as eventuais perdas dos Estados sem a CPMF. A tática é pressionar os governadores para conseguir os votos que faltam no Senado para prorrogar a cobrança. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mandou distribuir entre os senadores um mapa sobre o total de dinheiro da CPMF transferido para os Estados entre janeiro e setembro deste ano. Pelos cálculos, apenas São Paulo recebeu R$ 3,77 bilhões.

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