PUBLICIDADE

Para Lula, Estado está subordinado a quem tem ?poder de fogo?

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, ao visitar a Comunidade Kalunga - área remanescente de quilombos, no noroeste de Goiás - que o Estado brasileiro está subordinado a uma parcela da população, que ganha mais e tem acesso às autoridades. "O Estado brasileiro está subordinado aqueles que têm mais poder de fogo, que consegue audiência com o presidente, com os governadores e prefeitos e muitas vezes aqueles que ganham mais, em detrimento dos que ganham menos", afirmou. O presidente defendeu a importância de projetos de parceria entre o governo federal e os Estados, para que "as coisas comecem a andar". "O povo brasileiro não suporta mais mentiras, coisas que não sejam bem feitas. Por isso que é bom a gente falar apenas aquilo que pode fazer", acrescentou. Segundo ele a visita à comunidade Kalunga é uma mostra de que os tempos mudaram no Brasil. "Já que vocês não podem ir a Brasília, o presidente pode vir aqui, na comunidade Kalunga, olhar na cara de cada um de vocês e assumir compromissos", afirmou. No discurso feito na comunidade formada por quatro mil descendentes de negros, Lula disse que o Estado não pode tratar os remanescentes de quilombos como pessoas segregadas. "Nós não queremos saber a que partido vocês pertencem, mas sim saber que vocês pertencem a um partido chamado Brasil, fazem parte da sociedade brasileira e que, portanto, têm que ser tratados com descência e com dignidade", disse. O presidente anunciou obras nas áreas de saúde, educação e energia elétrica. Foi inaugurada uma linha de 19 quilometros de rede de eletrificação rural. Seis ministros acompanharam o presidente: da sa úde, Humberto Costa, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto; dos Esportes, Agnelo Queiroz; de Cidades, Olívio Dutra; de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e Matilde Ribeiro, secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Lula garantiu à comunidade que vai regularizar 100 mil hectares de terras. A comunidade Kalunga, formada há 150 anos, vive em núcleos habitacionais espalhados por um território de 253 mil hectares.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.