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Para líder do governo na Câmara, aprovação da meta foi primeira 'grande vitória'

André Moura avaliou que decisão do Congresso é 'clara demonstração de unidade' e dá 'força' para Temer aprovar outras medidas econômicas

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Por Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), considerou a aprovação da meta fiscal, na madrugada desta quarta-feira, 25, como a primeira "grande" vitória da gestão Michel Temer no Congresso. Moura, que já foi motivo de racha na base governista, creditou a vitória ao bom relacionamento de Temer com os aliados e disse que os problemas com DEM, PSDB, PPS e PSB foram superados.

Para Moura, a aprovação da meta é uma "clara demonstração de unidade" e dá "força" para Temer aprovar outras medidas econômicas. "Depois do problema do (Romero) Jucá, a grande pergunta era se o acontecido iria contaminar a Câmara e o Congresso como um todo. E nós demos uma resposta que a questão do Jucá é do governo, nós aqui no Legislativo estamos focados na pauta do governo e naquilo que é importante para o País", declarou.

André Moura, do PSC, é líder do governo na Câmara Foto: Dida Sampaio|Estadão

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A expectativa do líder do governo agora é votar a proposta que desvincula as receitas da União (DRU) na próxima quarta-feira, 1, depois de o parecer ser votado na comissão especial. Otimista, Moura já disse que o governo vem conquistando vitórias desde a semana passada e que a votação da DRU será "outra grande vitória". A confiança de Moura é devido ao seu cálculo de que a base do governo possui cerca de 407 parlamentares.

"O mais importante não é ter uma maioria folgada, até porque o governo anterior também tinha uma maioria folgada, numericamente eu estou falando, mas não tinha uma maioria coesa, diferente do governo de Temer, que tem uma maioria coesa e unida, uma maioria comprometida que tem responsabilidade compartilhada com o governo Michel na gestão do País", afirmou o líder do governo.

Críticas. Enquanto elogiava Temer, Moura não poupou a presidente afastada Dilma Rousseff das críticas. "Eles não eram coesos pela maneira com que a presidente Dilma tratava a sua base, diferente do presidente Michel, que trata de uma maneira muito próxima, no diálogo, nós temos treze dias hoje da nova gestão e veja quantas vezes já nos reunimos com o presidente. Talvez mais do que com Dilma em um ano. Isso facilita o meu trabalho."

Sobre as críticas da oposição de que a meta fiscal aprovada em R$ 170,5 bilhões seria "um cheque em branco", Moura disse que o valor é "transparente, realista e com responsabilidade fiscal". Segundo ele, Dilma passou meses tentando aprovar a meta, apresentando propostas com distorções de déficit e superávit que, se somadas, chegariam a R$ 200 bilhões. "Isso é falta de planejamento, é tentar maquiar as contas", acusou.

Qustionado a respeito do anúncio do ministro da Fazenda Henrique Meirelles de que será enviada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) estipulando um teto de gastos para saúde e educação, Moura disse que ainda é cedo para comentar. "A oposição está se precipitando e criticando uma situação que não existe. A oposição é ruidosa e raivosa e já está esperneando antes do tempo. Tiveram 13 anos e não fizeram, Temer em 13 dias e está fazendo."

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Moura também minimizou a pressão dos partidos DEM, PSDB, PPS e PSB, que criticaram a sua nomeação como líder do governo e impediram a formação do bloco do centrão. "A divisão na base entre o que chamavam de centrão e centrinho já foi superada. A política é exatamente isso, a disputa faz parte da política", disse. Ele disse que conversou pessoalmente com os líderes das legendas e que as questões foram "pacificadas".

Durante a sessão da terça-feira, 24, que terminou por volta das 4 horas da manhã de quarta, Moura disse que convenceu os membros de diversos partidos da base a permanecerem no plenário para garantir o quórum da sessão. Ele também disse ter conversado até as 2 horas da madrugada com Temer que, segundo Moura, estava "otimista e confiante". Após o resultado, ele disse que foi parabenizado pelos ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil).