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Para Jobim, ação contra Dirceu não atinge governo

Por Tania Monteiro
Atualização:

Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, disseram hoje que a inclusão do ex-deputado José Dirceu como réu no processo do Mensalão não atinge o governo. "Absolutamente não (contamina), declarou Jobim. E acrescentou: "Ele vai responder pelos gestos que cometeu, considerando que o Supremo aceitou a denúncia. Agora, observe bem, aceitar denúncia não significa condenação. O processo vai se desenvolver através das provas e do debate necessário para a apuração dos fatos". Sobre o resultado do julgamento no Supremo, primeiro, disse que não queria fazer "avaliação nenhuma", mas observou que "o STF cumpriu com sua obrigação". Segundo Jobim, "as coisas vão andando e tecnicamente, é uma aceitação de denúncia, não há condenação por hora e a coisa vai continuar. Isso mostra que as instituições funcionam perfeitamente". Já o ministro Walfrido também reagiu ao ser indagado se a denúncia atingia o governo. "De forma nenhuma", afirmou. "O governo é um ente geral. As pessoas que o compõem ou compuseram o governo, respondem por seu comportamento. É para isso que a Justiça está aí", declarou o ministro Walfrido. Para ele, "as pessoas podem errar e, se não erraram, têm o direito de se defenderem" e "temos de comemorar o funcionamento das instituições, a transparência". Walfrido comentou ainda que os que estão enfrentando os processos "são pessoas com relevantes serviços prestados aos país e que, neste momento, estão atravessando esta situação". Ao fazer uma avaliação sobre o julgamento, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais comentou que "o importante é que isso mostra que as instituições republicanas estão funcionando com tranqüilidade e paz, com suas respectivas independências e a Suprema Corte, ao fazer o julgamento de comportamento de pessoas, mostra que as pessoas também têm o direito de se defender". E acrescentou: "O respeito à democracia é isso. Decisão da justiça se acata, não se comenta e aqueles que não concordam, recorrem, dentro da lei".

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