Para governo, imagem do Bolsa-Família é positiva

Por Roldão Arruda
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A secretária executiva substituta do Ministério do Desenvolvimento Social, Rosilene Rocha, disse ontem que as impressões dos analistas da ONU sobre o Bolsa-Família são ótimas. "Quando estive em Genebra, há duas semanas, na fase de elaboração do relatório, a principal recomendação que ouvi foi relacionada à ampliação do programa", contou. A secretária debateu o Bolsa-Família no Comitê pelos Direitos Econômicos e Sociais. "Na ocasião, o presidente Lula ainda não havia autorizado a ampliação do programa, iniciada na semana passada. Quando informei que a mudança estava a caminho, eles elogiaram a iniciativa", disse ela. Os técnicos chegaram a sugerir a extensão do programa a todas as famílias brasileiras: "Expliquei a eles que temos limitações orçamentárias". O programa desperta enorme atenção na ONU, segundo Roseli. "Não existe no mundo um programa de transferência de renda com tanta amplitude. Ele chega ao 5.564 municípios do País e acolhe 1/4 da população brasileira." Além da secretária executiva, o ministério enviou para Genebra um técnico do Ipea carregado de informações sobre a redução dos índices de pobreza no País. "Ele mostrou que, mesmo com a crise, a pobreza continua diminuindo, graças ao salário mínimo e ao Bolsa-Família. Os números indicam que as classes D e E ainda não foram atingidas pela crise." O Bolsa-Família atende atualmente 11,1 milhões de famílias. Com a ampliação, iniciada na semana passada, mais 1,3 milhão serão cadastradas ainda neste ano. Em 2010 deverão ser acrescentadas mais 600 mil à lista - o que totalizará 1,9 milhão. A preocupação do governo agora é chegar às famílias com dificuldades de acesso às prefeituras, onde é feito cadastramento. Isso inclui populações indígenas e quilombolas, além de pessoas que vivem na rua e trabalhadores resgatados de situações análogas à escravidão.

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