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Para Genro, voto de Peluso foi 'equivocado e ideológico'

Por MARIÂNGELA GALUCCI
Atualização:

O ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou duramente o voto do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, que é a favor da extradição do italiano Cesare Battisti. "Acho que seu voto é equivocado. Parte de juízos puramente ideológicos a respeito, inclusive, da natureza do meu despacho", afirmou. "Foi um voto tendencioso na medida em que ele inclusive deu tonalidades e pesos diferentes para os argumentos que usei no meu despacho", disse. Genro disse que o ex-integrante do movimento Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) é um preso político ilegal no Brasil e que sua extradição provocaria uma crise entre Poderes."Em momento algum manifestei qualquer postura de que a Itália vivia uma ditadura. Isso é falsidade", acrescentou Genro durante entrevista coletiva concedida por teleconferência no Chile. "O meu voto não foi apresentado pelo relator. O que foi apresentado pelo relator foi uma versão da minha decisão", completou.O ministro da Justiça disse que Battisti está preso ilegalmente no Brasil desde janeiro, quando ele decidiu dar refúgio ao italiano. "O senhor Battisti está preso ilegalmente desde que o Supremo não concedeu sua liberdade após o refúgio. O Brasil tem um prisioneiro político ilegalmente. Ele é sim um criminoso político e não um criminoso comum", afirmou.Para Tarso Genro, se o STF decidir conforme o que é esperado, autorizando a extradição de Battisti, esse poderá ser um precedente muito perigoso e que pode afetar o equilíbrio entre os três Poderes. "Todos os pedidos de refúgio que foram concedidos até agora (pelo Executivo) poderão ser analisados pelo Supremo, que pode julgar nulos ou não os atos políticos de deferimento dos refúgios até agora proferidos", disse.

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