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Para Garotinho, PMDB terá candidato mesmo com verticalização

Por Agencia Estado
Atualização:

O pré-candidato à presidência da República pelo PMDB, ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, criticou, nesta segunda-feira, a regra da verticalização, mas disse que está seguro de que ela será derrubada. "Eu acho que isso não é bom para a democracia brasileira", afirmou, durante visita a Belo Horizonte, onde se encontrou com peemedebistas mineiros. Garotinho procurou minimizar os possíveis reflexos da manutenção da regra na discussão em torno do lançamento de uma candidatura própria do partido ao Planalto. Ele confia que mesmo se a verticalização for mantida, o PMDB terá candidato próprio à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Para mim é indiferente (a decisão do TSE)", afirmou Garotinho, para quem a posição do partido "independe da questão da verticalização". Mas não é o que pensam os caciques regionais do PMDB. O presidente em exercício do diretório mineiro, deputado federal Fernando Diniz, admitiu que a regra, caso mantida, enfraquece a tese da candidatura própria. "Não posso negar que a verticalização prejudica o PMDB, porque nós temos candidaturas ao governo fortes em 19 estados da Federação e as coligações nesses estados são diversas", disse. "Sem dúvida nenhuma o PMDB é um partido nacional, mas com força nas unidades da Federação". A verticalização obriga o partido a reproduzir nos Estados a mesma aliança feita para a Presidência da República. Em Minas, os peemedebistas se dividem em três possibilidades. Parte defende a candidatura própria ao governo estadual ou uma aliança com o PT, tendo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, como cabeça de chapa. Uma outra ala trabalha para que o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, seja candidato a vice na eventual chapa à reeleição do governador Aécio Neves (PSDB). Apoio Garotinho evitou comentar a situação e repetiu que a "grande maioria" do partido defende a candidatura própria à Presidência. O ex-governador fluminense acredita também que a decisão das prévias do próximo dia 19 será ratificada pela convenção do PMDB em junho. Garotinho, que disputa a indicação do partido com o governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, voltou a afirmar que o pré-candidato peemedebista derrotado nas prévias apoiará o vencedor. Questionado sobre a resistência da ala governista do partido, que defende o apoio a Lula, ele disse que trata-se de uma minoria. "O PMDB não está dividido. A grande maioria do PMDB quer candidatura própria". A agenda do pré-candidato previa ainda visitas às capitais de outros três estados: Espírito Santo, Pernambuco e Piauí. Para ele, o favoritismo de Lula demonstrado nas últimas pesquisas de intenção de voto tem haver com a exposição do presidente na TV. "No Jornal Nacional, só duas pessoas apareceram mais do que o Lula nos últimos 60 dias: a Fátima Bernardes e o William Bonner (apresentadores do telejornal)". Rosinha Sobre a possibilidade de adotar um "plano B", caso sua candidatura á Presidência não se viabilize, ele assegurou que não irá disputar nenhum outro cargo. Mas deixou claro que a decisão tem haver com o futuro político de sua mulher, a governadora do Rio, Rosinha Matheus. "Só sou candidato a presidente da República", enfatizou. "Pretendo ficar nessa posição, porque a governadora Rosinha quer terminar o mandato dela. Ela tem muitas obras para inaugurar, grandes obras no Estado". Se Rosinha não deixar o governo até o final do prazo para a desincompatibilização (31 de março), seu marido não poderá ser candidato a qualquer outro cargo que não seja a presidência da República. Mensalão Perguntado a respeito da denúncia publicada na última edição da revista Veja, de que 55 dos 81 deputados do PMDB, todos da base governista, recebiam pagamentos do mensalão, Garotinho disse que a notícia deve ser investigada. "Nós defendemos toda a apuração, até porque o nosso grupo sempre foi oposição a esse grupo (ligado ao ex-líder peemedebista, José Borba (PR), que, acusado de envolvimento com o valerioduto, renunciou ao mandato no ano passado). Nós sempre tivemos uma postura contrária a esse grupo", comentou.

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