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Para diminuir espaço de PSD, grupo de Alckmin usa como moeda chapa 'puro-sangue'

Andrea Matarazzo e Edson Aparecido são nomes cotados pelo partido para a vice

Por Bruno Boghossian , e Julia Duailibi e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - Prestes a ceder espaço para partidos aliados em sua chapa de vereadores, o PSDB paulistano colocará na mesa de negociações a indicação de um tucano para a vice de José Serra na disputa pela Prefeitura - emplacando a chamada "chapa puro-sangue". Essa deve ser uma exigência de parte da sigla que rejeitava a ideia de dividir o número de vagas com o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, na disputa pela Câmara Municipal.

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O nome defendido pelos aliados de Serra para a vice é o do ex-secretário de Cultura Andrea Matarazzo. Diante da movimentação, o grupo ligado ao governador Geraldo Alckmin passou a defender a indicação do coordenador da campanha tucana, Edson Aparecido. Ele se licenciou do secretariado de Alckmin no início do mês para comandar a equipe de Serra até as eleições.

No Palácio dos Bandeirantes, os aliados de Alckmin acreditam que a escolha de Matarazzo para a vaga de vice contemplaria apenas os serristas.

Originalmente, o governador alega que o DEM tem direito a indicar o ocupante da vaga, enquanto parte do grupo de Serra defende o nome do ex-secretário municipal de Educação Alexandre Schneider (PSD), preferido de Kassab. Para Alckmin, também não interessa o fortalecimento de Kassab, potencial adversário a sua reeleição, em 2014.

A decisão sobre o nome do vice só deve ser feita na semana que vem, após a convenção do PSDB, marcada para domingo, 24.

A balança de forças entre os partidos pode se alterar na próxima quarta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar uma ação que vai definir se o PSD tem direito a uma fatia maior do fundo partidário e de tempo na propaganda eleitoral na TV. Se o partido de Kassab for beneficiado, ganha espaço sobre o DEM. Tanto o fundo partidário quanto o tempo de propaganda eleitoral são calculados a partir do número de deputados federais eleitos por cada partido, e o PSD atraiu parlamentares do DEM após sua fundação.

Caso o DEM mantenha seu peso, pode exigir a vice, sob protesto do PSD. Se Kassab for contemplado, teria direito a indicar o companheiro de chapa de Serra, com objeção do DEM. Para os tucanos, a escolha de um nome do PSDB poderia ser uma solução para a disputa.

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Chapa de vereadores. Dirigentes do PSDB paulistano estão reunidos na noite desta quinta-feira, 21, para aprovar ou rejeitar a formação de uma chapa única de vereadores com os partidos aliados. Nesse cenário, o PSDB cederia cerca de 60% das vagas a vereador na eleição para PSD, DEM e PR.

A equipe de Serra dá como certa a formação da coligação, mas a proposta enfrenta oposição de parte dos tucanos. Eles temem que o partido perca espaço na Câmara Municipal se tiver direito a lançar um número menor de candidatos a vereador.

Os partidos que apoiam Serra já começaram a dividir o número de vagas na disputa. Cada coligação pode lançar 110 candidatos - sendo 77 homens e 33 mulheres. Entre os homens, no cenário mais provável, o PSDB teria direito a 33 vagas, o PSD lançaria 20 nomes, o DEM teria 12 vagas e o PR escolheria 12 candidatos.

Para aplacar a rejeição dos tucanos ao espaço aberto para o PSD de Kassab, o PSDB acredita que pode manter dentro do partido a indicação do vice. A escolha, no entanto, é de Serra, que tem apreço pelo nome de Schneider.

 

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