24 de novembro de 2010 | 20h24
BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff, garantiu ao presidente indicado do Banco Central, Alexandre Tombini, que ele continuará com autonomia operacional para determinar a taxa de juros do País. Segundo relatou, ela teria afirmado que não há "meia autonomia, mas autonomia total".
Num discurso incisivo, ele disse que vai exercer essa autonomia para perseguir o objetivo do BC, que é atingir a meta de inflação, de 4,5%, e ressaltou a importância do tripé formado por: câmbio flutuante, metas de inflação e controle do gasto público. Esse caminho se mostrou correto, disse ele, pois o Brasil foi um dos primeiros países a sair da crise.
Para Tombini, o regime de metas é simples e de fácil entendimento para a sociedade. Ele acrescentou que se trata de um regime com regras do jogo definidas. "O sistema tem sido fundamental ao longo dos anos, já foi testado sob várias condições."
O presidente indicado agradeceu a confiança e seu antecessor, Henrique Meirelles, e afirmou que seu compromisso com o Brasil e com Dilma é trabalhar para atingir o objetivo, que é a meta de inflação. "E é isso que eu farei com autonomia total." Destacou ainda o objetivo de manter o protagonismo exercido pelo BC nas discussões internacionais sobre uma nova regulamentação para o sistema financeiro internacional depois da crise.
Ele lembrou que o BC tem uma extensa agenda conjunta com os ministérios do Planejamento e Fazenda, no âmbito do Conselho Monetário Nacional, e que, nesse trabalho, tem havido um entrosamento muito bom e produtivo nos últimos cinco anos. Na avaliação do futuro presidente do BC, o CMN tem produzido uma regulamentação importante para o País.
Equipe
Confirmada a escolha, Tombini já pode iniciar a sondagens para a composição da nova diretoria. E ele terá quatro vagas para trabalhar a composição do seu time. Além da diretoria que ocupa e de uma outra vaga desocupada (a Diretoria de Estudos Especiais), outras duas vagas serão abertas com a aposentadoria dos titulares: a de fiscalização, sob o comando de Alvir Hoffmann, e a de liquidação, dirigida por Gustavo do Vale. Essas diretorias são importantes porque atuam no ponto nevrálgico das instituições financeiras, sempre que há indicações de irregularidades, como aconteceu com o Banco PanAmericano.
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