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Para Dilma, acusações contra ela vêm de 'fogo inimigo'

Dilma assegurou que não tem a menor idéia do que teria levado Denise Abreu a acusá-la de pressionar a Anac

Por Elder Ogliari e da Agência Estado
Atualização:

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, acredita que as acusações que sofre por conta de pressões que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) teria recebido para não criar obstáculos à venda da Varig e VarigLog e pelo suposto dossiê que levantou gastos do governo Fernando Henrique Cardoso partem exclusivamente de adversários e não de integrantes atuais e antigos do governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Está cada vez mais evidente que o fogo é inimigo", afirmou nesta sexta-feira, 6, em entrevista à Rádio Gaúcha, refutando a idéia de manobras de aliados que poderiam estar interessados em enfraquecer sua eventual candidatura à sucessão de Lula.  Veja também: ESPECIAL: Veja as turbulências da Varig e entenda as denúncias  Fundo americano processa juiz que atuou no caso Varig Comissão aprova convocação de Denise, Zuannazzi e Teixeira Ex-diretores confirmam pressão sobre a Anac Agência considera ilegal controle de estrangeiros Juiz pede que procuradoria investigue Dilma no caso Varig O ex-funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires, que teria passado dados a um assessor do deputado federal Álvaro Dias (PSDB), e a ex-diretora da Anac, Denise Abreu, que acusou a ministra de pressionar a agência para não dificultar o negócio da Varig, eram ligados ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. "Não é nenhum fogo amigo que tem levado a isso, até porque os documentos relativos ao banco de dados não chegaram às mãos da imprensa através do funcionário que entregou os dados", ressaltou Dilma. "Eles devem ter chegado através de algum outro mecanismo", sustentou, para afirmar que "Brasília inteira sabe através de quem e não foi de fogo amigo". Segundo a ministra, o raciocínio é o mesmo para as novas acusações. "No caso da Anac, eu acredito que também tenha esse componente". Dilma assegurou ainda que não tem a menor idéia do que teria levado Denise Abreu a acusá-la de pressionar a Anac. "São declarações falsas e é público e notório que esse processo da Varig ocorreu no âmbito da Justiça, conduzido pelo juiz (Luiz Roberto) Ayoub". Para a ministra "é muito estranho que alguém tome uma decisão e alegue que tenha sido obrigada a isso pelo governo." "Há que provar", desafiou. Sucessão Ao falar da sucessão presidencial, Dilma insistiu que não interessa ao governo federal trazer o tema à tona com apenas um ano e meio de segundo mandato, quando começa a colher os frutos do amadurecimento dos programas que criou. Admitiu, no entanto, que não há como não supor que na escolha do sucessor de Lula o PT não será um dos principais protagonistas e atores. "O candidato terá de passar necessariamente pelo PT", afirmou, com a ressalva de que "isso não está na pauta hoje".

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