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Para Dias e Simon, investigação é que vai resolver crise

Por CAROL PIRES
Atualização:

Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Alvaro Dias (PSDB-PR) disseram hoje que não basta o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se defender das denúncias das quais é alvo apenas em discursos feitos em plenário. Na avaliação dos dois senadores, a crise só será resolvida se o Conselho de Ética investigar as denúncias que foram apresentadas pela oposição contra o presidente da Casa."A matéria é mentirosa? Tomara Deus que seja!", disse Simon, se referindo à revelação feita ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo de que a família do presidente do Senado ocupa dois apartamentos em São Paulo que estão em nome de uma empreiteira. "Mas e as outras matérias que vêm se repetindo e se repetindo e se repetindo e se repetindo?", ponderou Simon. "Será que a fórmula é falar, alguém falar da tribuna e encerrar o assunto? Por que não permitir que o Conselho de Ética faça o levantamento?", disse.Esta semana o Conselho de Ética irá analisar os recursos que foram apresentados pela oposição contra o arquivamento de onze ações contra Sarney. "Arquivar e deixar as coisas continuarem como estão? Esta Casa nunca foi santa. Graves problemas, sérios, teve ao longo do tempo. Mas, cá entre nós, esta crise que nós estamos vivendo, no período de dramaticidade, de doloroso pesar, de anarquia completa, tem um início, e de lá não parou até aqui", avaliou o parlamentar gaúcho.O senador Alvaro Dias (PR), vice-líder do PSDB, também cobrou que o Senado investigue as denúncias contra o presidente da Casa, e ponderou que o fato de investigar uma denúncia não significa que o investigado esteja sendo previamente condenado. "As denúncias formuladas devem ser esclarecidas. É a responsabilidade da função que exerce o Presidente do Senado Federal que exige. Portanto, pedir investigação não é prejulgar", disse.Mais cedo, em plenário, José Sarney disse que os apartamentos estão sendo pagos pelo seu filho, o deputado Sarney Filho (PV-MA), e que os imóveis foram declarados no Imposto de Renda. Segundo o senador, o Estado está promovendo uma "campanha nazista" contra ele.

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