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Para Ciro, ceder às pressões seria desmoralização

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Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem que a composição com o PMDB não é imprescindível para o êxito de um candidato governista à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o deputado, o PMDB é importante para governar, não para vencer eleições. Seria um erro do governo, avalia, fazer concessões ao PMDB agora de olho em 2010. "É um cheque em branco", definiu Ciro, que tem pretensões de concorrer à Presidência. O deputado afirmou que o governo pode se desmoralizar se ceder às pressões do PMDB para revogar a demissão de afilhados políticos da direção da Infraero. Ele elogiou a medida e defendeu que outras estatais e órgãos do governo façam o mesmo para ganhar eficiência. "É um esforço que deveríamos fazer para a administração toda. Acho que não tem volta. Uma volta aí seria, na minha opinião, a desmoralização", afirmou em entrevista na Fundação Casa de Ruy Barbosa, no Rio. "A administração pública brasileira está em pandarecos em boa parte porque não tem uma estrutura meritocrática." Ciro disse que as pressões de PT e PMDB para conquistar a pasta do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB), são um "pseudofato". Ele admitiu ter intensificado as viagens pelo País numa articulação política que o credencia como nome alternativo para uma candidatura presidencial governista, mas frisa que os encontros são feitos sem "as tensões necessárias à construção de uma estratégia". "Se eu disser que não sou uma alternativa, estaria mentindo, e não tenho esse hábito. Meu hábito é o oposto: dizer cruelmente a verdade do que penso."

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