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Para cientista político, Basômetro é como 'parque de diversões'

Pesquisadores adotam ferramenta em suas análises sobre relações entre governo e Congresso

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Por Redação
Atualização:

Cientistas políticos que estudam o Congresso encontraram no Basômetro uma ferramenta que dá cor e movimento às suas análises acadêmicas. "É o parque de diversões dos cientistas políticos", disse Humberto Dantas, professor do Insper.

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"O Basômetro vai desempatar muitos debates na academia", avaliou Carlos Melo, da mesma instituição. "É um banco de dados extraordinário, que possibilita a qualquer cidadão medianamente interessado em política analisar como vota cada deputado, cada partido."

"Já trabalhei com vários bancos de dados", disse o cientista político Celso Roma, da USP. "Em geral são arquivos brutos, o que dificulta o acesso aos dados por parte do público em geral e, até mesmo, dos especialistas. O projeto do Estadão se destaca por ser acessível e informativo."

Roma comemorou a inclusão de dados relativos aos senadores. "É mais um ponto positivo para o Basômetro, pois permite uma compreensão mais ampla do governismo."

"A ferramenta está mostrando algo em que a gente vem insistindo há muito tempo, com base em dados que coletou", afirmou Fernando Limongi, também professor da USP e pesquisador do Cebrap. "Existe uma disciplina muito alta no sistema partidário brasileiro, que funciona de forma muito diferente do que comumente se alega." O Cebrap mantém um banco de dados com votações do Congresso desde 1989. "Quanto mais o cidadão puder acompanhar o parlamentar e o que ele faz, tanto melhor", destacou Limongi.

Para Carlos Melo, a dança das bolinhas na tela, que ilustra os movimentos de aproximação e distanciamento dos partidos em relação ao governo em determinados períodos, precisa ser compreendida dentro de uma lógica de pressões e favorecimentos. "Quando relacionamos os resultados de votações a datas de nomeação de ministros e preenchimento de outros cargos, podemos ver como os partidos vão se alinhando ao governo no ritmo do Diário Oficial."

Cláudio Couto, professor de ciência política da Fundação Getúlio Vargas, destacou o quanto é "amigável" o primeiro instrumento criado pelo núcleo Estadão Dados, que reúne jornalistas, designers e programadores.

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O PSD, partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, chamou a atenção de Couto. "É um catadão de gente de tudo quanto é lugar. Ele se formou muito mais pela oportunidade do que por um projeto claro." / JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, AMANDA ROSSI, TCHA-TCHO e DANIEL BRAMATTI

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