Para centrais, fusão do Ministério do Trabalho com Previdência é 'retrocesso político'

Entidades divulgarão nota nesta terça-feira na qual afirmam que a medida trará 'enormes prejuízos' aos trabalhadores e à sociedade

Por João Villaverde
Atualização:

Brasília - As centrais sindicais consideram um "retrocesso político" o plano do governo Dilma Rousseff de fundir o Ministério do Trabalho com o Ministério da Previdência. Em nota conjunta assinada pelas seis maiores centrais do País, a que o Estado teve acesso, os sindicalistas afirmam que a ideia vai gerar "enormes prejuízos aos trabalhadores e à sociedade em geral". A nota será divulgada amanhã (terça-feira) pelos líderes sindicais.

"A ideia da fusão destes ministérios já foi levantada antes, resultando, por força da realidade, no modelo atual, com dois ministérios distintos. Os ministérios do Trabalho e da Previdência Social são responsáveis por zelar de direitos inalienáveis dos trabalhadores, e o processo de fusão pode resultar em enormes danos a suas já combalidas estruturas administrativas", dizem os sindicalistas. Os planos do governo são de unificar as duas Pastas, que seriam comandadas por um único ministro, provavelmente o atual chefe da Previdência, Carlos Gabas (PT). Com isso, o PDT, que comanda o Ministério do Trabalho desde 2007, perderia espaço justamente na Pasta ligada à base trabalhista. O atual ministro, Manoel Dias (PDT), sairia do governo.

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Na nota, as centrais sindicais criticam duramente os planos de Dilma, previsto para saírem do papel amanhã. "As centrais sindicais brasileiras manifestam sua posição contrária à fusão do Ministério do Trabalho (MTE) com o Ministério da Previdência Social, bem como requerem a modernização e o fortalecimento do MTE, com o objetivo de resgatar o seu papel como ministério estratégico na implementação de políticas permanentes de Estado e na intermediação dos conflitos naturais nas relações capital x trabalho", dizem as lideranças.

Assinam as notas as centrais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT; Força Sindical, ligada ao Solidariedade e ao PDT (o partido do atual ministro do Trabalho, Manoel Dias); União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), que é ligada ao PMDB. 

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