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Pará cancela registro de 1,7 milhão de hectares grilados

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Por Agencia Estado
Atualização:

Duas áreas de terra que juntas totalizam 1,7 milhão de hectares tiveram seus registros cancelados hoje pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), durante anuncio feito na capital do Pará pelo ministro interino do Desenvolvimento Agrário, José Abrão. A fazenda Gurupi, de 1,1 milhão, localizada em São Miguel do Guamá pertencente a Aldo Malta Dihl e Cícero Alaor, e a fazenda Jabuti, de Benedito Batista da Gama, com 663 mil hectares, em Altamira, irão voltar para o patrimônio da União. Após reunião com o presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargador José Alberto Soares Maia, foi anunciada a correição extraordinária em três cartórios de registro de imóveis nos municípios de Moju, São Miguel do Guamá e São Félix do Xingu. Além disso, foi decretado pelo TJ paraense o afastamento da titular do cartório de Altamira, Eugênia Freitas. Ela teria feito o registro irregular de mais de 13 milhões de hectares de terras pertencentes ao suposto industrial Carlos Medeiros, tido pela polícia do Pará e por órgãos federais como "fantasma", e ao empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, proprietário da Construtora C.R. Almeida. "Estamos removendo esse mar de lama que encobre a grilagem de terras em todo o Brasil e só vamos parar quando os responsáveis pelo patrimônio fundiário nacional estiverem na cadeia", afirmou o ministro. O governador do Pará, Almir Gabriel (PSDB), disse que o Estado está aparelhado e já vem fazendo o geo-referenciamento- indicação de coordenadas geográficas nos novos títulos de terra emitidos- de suas áreas. Gabriel frisou que o trabalho de mapeamento das terras públicas e particulares será feito daqui para a frente em parceria com o governo federal para "acabar com a venda de terras até no terceiro andar em nosso Estado". Na sede do Incra, no final de uma reunião do ministro José Abrão com juízes federais, procuradores e representantes da Ordem dos Advogados, o fazendeiro Adelson Ursulino, proprietário de uma área de 750 hectares em Concórdia do Pará, no nordeste do Estado, denunciou que sua fazenda, invadida por 35 famílias, foi desapropriada pelo Incra e "sub-avaliada em R$ 25 mil". Esse valor, segundo Ursulino, foi estabelecido porque ele negou-se a pagar propina para funcionários do Incra agilizarem o processo em Belém. Irritado, o ministro determinou a imediata abertura de uma sindicância para apurar a denúncia do fazendeiro. O superintendente da Polícia Federal no Estado, Geraldo Araújo, que estava no auditório, convocou imediatamente Ursulino para depor na sede da PF.

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