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Para Campos, eleitor dará oportunidade a político da 'periferia' em 2014

Em entrevista a jornal português, o provável candidato à Presidência pelo PSB não se vê em desvantagem na disputa por ser nordestino e aponta retrocessos de Dilma

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Por Redação
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Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ter sua trajetória política consolidada em Pernambuco não será desvantagem na disputa pela Presidência nestas eleições. Em entrevista ao jornal português Público, o provável candidato pelo PSB diz ignorar as sondagens de voto, que ainda o colocam distante da presidente Dilma Rousseff, e aposta no desejo do brasileiro de, segundo ele, "quebrar paradigmas" e dar oportunidade a "alguém da periferia".

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Questionado se sua origem eleitoral não representaria uma desvantagem em um sistema político dominado por políticos egressos principalmente de Estados das regiões Sudeste e Sul, o pernambucano acredita que essa diferença pode ser uma vantagem. "O Brasil pode estar a fim de quebrar os paradigmas da velha política e dar oportunidade a alguém da periferia", declarou na entrevista, publicada nesse domingo, 9. "Eu e a Marina viemos da periferia: ela vem do Norte e eu venho do Nordeste. Nós entendemos de gente", complementou, fazendo referência à ex-ministra Marina Silva, sua aliada na disputa, mas que, até o momento, não oficializou se será candidata a vice.

Após o regime militar, três nordestinos presidiram o Brasil, os atuais senadores José Sarney, maranhense (PMDB-AP), e Fernando Collor de Mello (PTB-AL), e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A carreira política de Lula, entretanto, foi construída em São Paulo.

Ao avaliar o cenário eleitoral de 2014, Campos relativizou os resultados das pesquisas de intenção de voto realizadas até agora, que indicam a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Para ele, há um "desejo de mudança" entre os eleitores porque há percepção de que o governo Dilma não avançou.

Campos evitou ataques ao governo Lula, no qual atuou como ministro durante o primeiro mandato. A exemplo de suas manifestações recentes, o pernambucano afirmou que o governo Dilma não deu sequência aos "acertos" do seu antecessor. "Na verdade, esses avanços não só não vieram como, em alguns casos, houve recuos: concentração de rendimento em algumas das regiões mais pobres do país, desaceleração do crescimento econômico", afirmou.

Campos atacou ainda a falta de diálogo do governo, o qual, diz ele, se sustenta graças a uma base aliada "claramente conservadora". "Não sou eu que me digo diferente, são as pessoas que me veem de forma diferente. Porque nós temos uma tradição progressista, de esquerda, democrática", disse.

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