O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, afirmou hoje que o governo "não trabalha com pressões", numa reação às críticas de que o Planalto teria cedido ao lobby do Judiciário na questão das aposentadorias integrais dos servidores. Segundo ele, o que há é "sensibilidade" para analisar "sem preconceito" as propostas de mudança da reforma previdenciária. "Qualquer proposta que signifique entendimento maior é um avanço", disse o ministro, após uma tarde de reuniões com líderes sindicais em São Paulo. Na sua opinião, Executivo e Legislativo têm de trabalhar para buscar soluções que "aproximem pontos de vista". "É preciso haver sensibilidade na comissão especial da Câmara, no governo e nos demais Poderes para verificar se é possível algum tipo de ajuste para chegar a uma proposta com um apoio ainda mais amplo do que já tem a emenda da reforma." Berzoini reafirmou que o governo ainda não tomou uma decisão sobre alterações no projeto e adiantou que, se houver "mudanças de posição", todos os governadores terão de ser consultados, para que se feche uma posição em relação a elas. "Os governadores participaram ativamente do processo (de elaboração da reforma) e terão de ser ouvidos numa reunião ou em consultas diretas." O Ministério da Previdência está analisando as cerca de 400 emendas à reforma apresentadas pelos parlamentares, e terá uma posição sobre sua viabilidade política e orçamentária entre segunda e terça-feira, segundo ele. "A proposta (de manter a aposentadoria integral) não é a única que vamos analisar. São mais de 400 propostas", explicou. "As análises, então, serão entregues aos governadores para que eles possam avaliar."