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Para auxiliares diretos e aliados, situação de Temer continua 'grave'

Presidente passa o dia reunido com colaboradores próximos no dia em que STF aceita pedido para investigá-lo

Por Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer dedicou boa parte de sua agenda desta sexta-feira, 19, a reuniões com auxiliares diretos e políticos aliados. Buscava meios de reduzir os danos a seu governo causados pela delação do dono da JBS, Joesley Batista, que colocou em risco o seu governo.

Michel Temer saindo do Palácio do Jaburu na manhã desta sexta-feira, 19, em direção ao Palácio do Planalto. Foto: Nilton Fukuda/ESTADÃO

Temer começou o dia com seu advogado, Antônio Mariz, e auxiliares no Palácio do Jaburu. Pensou inicialmente em fazer um novo pronunciamento para rebater as acusações. Por causa dessa reunião, transferiu para o final da tarde o encontro que havia marcado com os comandantes militares. No Planalto, Temer teve reuniões com peças-chave de seu governo: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha; da Secretaria-Geral, Moreira Franco; das Relações Institucionais, Antônio Imbassahy; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, além dos líderes da Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Temer foi convencido de que não deveria fazer novo pronunciamento, como pretendia, mas ainda defendia que alguma coisa precisava ser respondida. Por isso decidiu-se pela nota oficial, que foi divulgada nesta noite. Ao se referir a Joesley, sem citar o nome do empresário, chegou a usar adjetivos pouco lisonjeiros. Quando o assunto chegou a seu ex-assessor, deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), Temer se disse "muito penalizado" com a situação dele. Mas reiterou que não havia "nada a fazer", repetindo o discurso que ele deveria responder por seus atos. De assessores e colaboradores, ouviu a avaliação de que a situação estava "mais amena" e "arrefecendo". Um deles advertiu que, "não era exatamente assim" porque todos estavam aguardando a divulgação das próximas delações e não se sabia o que estaria neste novo material. A situação, de qualquer maneira, continua sendo considerada "grave". Em um dado momento, a possibilidade de edição da conversa com Joesley voltou à tona. O governo quer fazer perícia da gravação, mas o procedimento só deverá ser adotado no início da semana que vem. No encontro com os militares, ouviu novamente a defesa do estrito cumprimento de todos os ritos constitucionais. A ideia dos comandantes é de manterem-se calados, para demonstrar que estão afastados de questões políticas. Eles apenas acompanham a situação, atentamente, mas sem qualquer tipo de interferência.

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