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Para atrair Tabata, Cidadania acaba com regra que obriga deputado a seguir orientação do partido

Tabata Amaral (PDT-SP) e outros sete deputados foram punidos pelo partido por votarem a favor da reforma da Previdência

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Por Camila Turtelli e Emilly Behnke
Atualização:

BRASÍLIA - Depois de trocar de nome, o Cidadania (antigo PPS) promoveu outra mudança interna para atrair parlamentares  identificados com a "nova política". A sigla extinguiu a regra que obriga um deputado ou um senador a votar conforme a orientação do partido, o chamado "fechamento de questão", no jargão legislativo. A exclusão da norma foi feita sob medida para atrair a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), punida no ano passado por contrariar sua atual legenda na reforma da Previdência.

A deputada foi uma entre oito integrantes do PDT na Câmara que votaram a favor da mudança nas regras de aposentadoria no País. Os parlamentares dissidentes viraram alvo de processo interno na Comissão de Ética do partido.

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Desde então, Tabata, um dos nomes de maior destaque da nova geração de políticos na Câmara, tem pedido “mais democracia nos partidos”. “Não vou trabalhar para a criação de um novo partido, vou buscar um partido que respeite nossas ideias”, disse a deputada em outubro do ano passado, após a votação da reforma da Previdência.

“Nós saberemos contemplar quando alguém tiver uma divergência e isso não será motivo de sanções partidárias. É uma nova forma de se relacionar com o contraditório”, disse o novo líder do Cidadania na Câmara, Arnaldo Jardim (SP), em discurso que se encaixa com a declaração de Tabata. 

O líder do Cidadania admite que acabar com o fechamento de questão é uma estratégia para atrair quadros como Tabata. “É para isso mesmo, mas não é apenas um caso nominal. Estamos dialogando com ela, com Felipe Rigoni (PSB-ES), Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e com outros que seriam muito bem-vindos”, afirmou Jardim.

Outra mudança no Cidadania com o objetivo de atrair novos políticos é acabar com a reeleição de dirigentes. Todos os presidentes de diretórios regionais deverão deixar o cargo quando acabar o atual mandato. Em outubro, Tabata disse em entrevista ao Estadão/Broadcast que buscava um partido em que não houvesse “dirigentes partidário por décadas”

Procurada pelo Estadão/Broadcast, Tabata disse ainda estar aguardando uma decisão da Justiça sobre o pedido que fez para deixar o PDT. “Então, não estou conversando com os outros partidos”, disse. A deputada entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder deixar a sigla atual sem correr o risco de perder o mandato. Isso porque, pela regra de fidelidade partidária, o mandato pertence ao partido e um deputados só pode trocar de legenda por justa causa, como por expulsão ou caso comprove estar sendo perseguido.

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O Cidadania é um dos partidos cotados a abrigar uma possível candidatura do apresentador Luciano Huck para a corrida presidencial de 2022. “Se o Huck for candidato que seja pelo Cidadania”, afirmou Jardim.

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