Para analista, derrota não alija caciques políticos

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Por José Maria Tomazela
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Caciques políticos que saíram em baixa das eleições, como ex-governadores, senadores e deputados, não devem ser considerados fora do cenário eleitoral, avisa o cientista político Jairo Nicolau. Entre os políticos conhecidos que foram derrotados nas urnas estão os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, e Esperidião Amin (PP), de Santa Catarina. "Eleição é circunstância e não deve extrapolar aquele momento",diz. Muitos políticos ressurgiram depois de terem sido dados como acabados, garante Nicolau, frisando que essa não é a situação dos citados. "O Alckmin pode ter avaliado mal a candidatura em razão do resultado da eleição presidencial, mas é político com trajetória pela frente, assim como o Esperidião." Paulo Maluf (PP) é deputado. O analista acredita que, se Alckmin ou a candidata Marta Suplicy, do PT, se dispuserem a continuar a trajetória no Congresso, terão chances de grande votação. Nicolau avalia que outros políticos saíram arranhados da disputa, como Ciro Gomes (PSB-CE), que apostou na eleição da ex-mulher Patrícia Saboya (PDT), em Fortaleza, e Jader Barbalho (PMDB), cujo primo e candidato perdeu em Belém. No Maranhão, a vitória de João Castelo (PSDB) representou derrota do senador José Sarney (PMDB), adversário histórico, mas Nicolau não vê o fim do ciclo dos Sarney no Estado. "Há um declínio evidente, mas num ritmo lento, ao contrário do que ocorreu com o carlismo na Bahia." Os candidatos apoiados por herdeiros políticos de Antonio Carlos Magalhães foram derrotados. Também não lograram êxito os candidatos apoiados pelo governador Blairo Maggi (PR), em Cuiabá e Rondonópolis. "Isso não significa falta de prestígio", disse. Ele lembra que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), também "tomou um susto" no primeiro turno, mas acabou elegendo o prefeito de Belo Horizonte.

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