
05 de junho de 2014 | 15h31
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou, nesta quinta-feira, 5, que a oposição tem adotado um discurso que "não é justo" ao comparar o decreto da presidente Dilma Rousseff que conselhos populares com práticas "bolivarianistas". Em entrevista exclusiva Broadcast ao Vivo, Alves revelou que foi essa avaliação que o levou a não pautar o requerimento de urgência do projeto do DEM que visa a sustar os efeitos da decisão de Dilma. Para ele, no entanto, o momento é inadequado para discutir o texto em razão da proximidade das eleições.
"É uma discussão muito séria para se dar um conteúdo político eleitoral. Acusar, portanto, de políticas de outros países, de práticas bolivarianas, não é o caso nem o foco", disse o presidente da Casa.
Na semana passada, Dilma editou um decreto que cria nove instâncias de negociação e comunicação com a sociedade. A norma, prevista pelo Planalto desde 2010, teve sua redação acelerada a partir das manifestações do ano passado.
Embora tenha dito que o decreto das instâncias populares de Dilma "não é ilegal, ilegítimo ou inconstitucional", Alves criticou a edição da medida em pleno ano eleitoral. "Tomar uma decisão dessa a seis meses do fim do governo e a três meses de uma eleição, não é o momento apropriado", disse. "Que tipo de projeto poderá ser feito ainda a tempo deste governo executar, e antes do processo eleitoral, e que venha a passar por esse conselho?"
Henrique Alves disse ainda que discorda da forma como a medida foi tomada. De acordo com ele, o ideal seria que o governo tivesse tratado do tema em um projeto de lei. "Estou conversando com o governo para evitar este impasse, este ruído, para que possa ser revisto e possa ser via projeto de lei. Seria o devido respeito ao Legislativo", concluiu.
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