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Para Alckmin, não há chance de perder a convenção

Por Silvia Amorim
Atualização:

Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin abandonou ontem o discurso diplomático em relação à disputa dentro do partido e disse que não há possibilidade de perder a convenção, no próximo domingo, para o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Duas chapas serão apresentadas no encontro, uma com Kassab como candidato a ser apoiado pela sigla e outra que propõe candidatura própria com Alckmin. "Não tenho dúvida de que na segunda-feira o PSDB terá candidato próprio", afirmou o tucano ao discursar no evento de apresentação de mais um aliado, o PHS, à sua coligação, já apoiada por PTB, PSDC e PSL. Esse foi o primeiro compromisso público do ex-governador depois que um grupo dissidente do PSDB - formado por 11 dos 12 vereadores do partido na capital e tucanos que integram o governo municipal - apresentou a chapa pró-Kassab. Alckmin evitou críticas e reagiu com ironia ao movimento encampado pelos kassabistas. "Enquanto o pessoal vai discutindo, nós vamos avançando. Hoje (ontem) demos mais um passo com um quinto partido na coligação." E emendou: "Essa disputa me faz o melhor candidato. Coisas de mão beijada não têm a mesma força." O tucano também negou que esteja torcendo por um recuo dos kassabistas. "Não vejo nenhuma razão para desistir. Nós queremos ouvir o partido. Deixa o partido falar. Não tem problema", disse. Mas mandou um recado aos dissidentes. "Agora, decidido no domingo, é todo mundo junto para trabalhar pela cidade." Sobre a possibilidade de ser abandonado na campanha por tucanos que estão no governo municipal, ele adiou a resposta. "Vamos deixar cada coisa a seu tempo." ?PRESSÃO? A exemplo de seus correligionários, Alckmin disse ter recebido informações de militantes do partido sobre pressão do grupo dissidente para apoiar a chapa pró-Kassab. "Acho que essas coisas já deveriam estar abolidas da política brasileira. Não tem cabimento numa cidade mundial como São Paulo pressão sobre gente simples, humilde, delegados, constrangimentos", criticou. O secretário de Esportes, Walter Feldman, defensor do apoio a Kassab, negou qualquer tipo de coação. "Repudiamos isso. Ninguém de nós usou esse tipo de método", reagiu.

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