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Para Alckmin, Lava Jato é algo 'sacrificante, doloroso, mas necessário'

Governador não comentou a conversa entre o ministro Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

SÃO PAULO - Em palestra para empresários do grupo Lide na capital paulista, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta segunda, 23, que é totalmente favorável às investigações da Operação Lava Jato. "É sacrificante, doloroso, mas é necessário", afirmou o governador, sem comentar o vazamento da conversa entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

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Alckmin declarou que a impunidade é algo que estimula a corrupção e, por isso, as investigações da Lava Jato não podem ser interrompidas. "É uma mudança cultural", disse o governador, em resposta a uma pergunta feita por um dos participantes do evento.

Reforma política. O governador também fez uma defesa da reforma política no Brasil, com foco na diminuição de partidos políticos. "Com 25 partidos na Câmara dos Deputados, é quase ingovernável. Tem de proibir coligação em eleições proporcionais, que aí o número de partidos cai para oito ou nove", disse o governador, em evento do grupo de empresários Lide, do pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, João Doria.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Para Alckmin, com as coligações em eleições proporcionais, os partidos pequenos "pegam carona" nos partidos maiores. "Se não houver coligação, eles fecham", afirmou. Além disso, o governador declarou que é a favor do voto distrital puro. "É assim que é no modelo americano e inglês", ilustrou. "Não é tão difícil, não precisa mexer na Constituição, é só criar lei ordinária", acrescentou.

Economia. Alckmin aindadefendeu uma reforma na Previdência. "Não é possível que o Congresso Nacional tenha aprovado em 2014 que uma policial feminina possa ter aposentaria integral com 25 anos de serviço e a presidente (Dilma Rousseff) não tenha vetado uma lei dessa", disse o governador. "O Congresso tem baixa solidariedade com o poder Executivo", criticou. As leis trabalhistas, acrescentou Alckmin, também estão "atrasadas". "Isso é algo de 70 anos atrás".

O governador disse que, para retomar a geração de emprego, é necessário investir em infraestrutura, logística e construção civil. Lamentou a recessão brasileira e afirmou que, com a queda acumulada do PIB nos últimos três anos e o crescimento demográfico, a renda per capita deve ter uma queda de 2 dígitos no período. Afirmou ainda que o Brasil é pouco integrado à economia mundial. "E somos 3% da população mundial, então temos 97% de mercado para explorar."

Ao fim de seu discurso, Alckmin disse que a economia chegou ao fundo do poço, mas que, "com trabalho", haverá avanço. "Quero trazer uma palavra de otimismo, chegaremos à terra prometida, não por destino, mas com trabalho, confiança, reformas, competitividade para melhorar a vida da população."

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