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Para Aécio, chapa Campos-Marina revela fragilidade do modelo atual

Senador tucano disse que 'terceira via' é bem-vinda, mas lembrou que ambos são 'costelas' petistas

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Por Tania Menai
Atualização:

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, disse nesta terça-feira, 8, antes de iniciar sua palestra para investidores, num evento promovido pelo banco BTG Pactual, no hotel Waldorf Astoria, em Nova York, que a aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos trará o fim do maniqueísmo entre PT e PSDB na campanha presidencial de 2014 e dá vigor à oposição no jogo eleitoral. "Se ambos se candidatam, isso não pode ser ruim. Dou as boas-vindas aos dois"."Ambos foram ministros do ex-presidente Lula e hoje atuam no campo oposicionista. Acho que é uma demonstração clara da fragilização desse modelo que está aí, que nos tem levado a um crescimento pífio ao longo dos últimos anos, com a inflação voltando a crescer, e, sobretudo, com a estagnação dos nossos indicadores sociais", afirmou o tucano. No último sábado, a ex-ministra do Meio Ambiente anunciou sua filiação ao PSB do governador de Pernambuco, após ver o registro da Rede Sustentabilidade negado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por falta de assinaturas mínimas suficientes. Aécio disse que a presidente Dilma Rousseff atuou para impedir os planos de Marina de ser candidata, apoiando projetos que inviabilizavam a criação de novos partidos, e o ex-presidente Lula trabalhou para evitar uma eventual candidatura de Eduardo Campos. Aécio repetiu a afirnação que fizera em entrevista ao Estado em fevereiro deste ano, bem antes de a dobradinha de Marina com Campos ser cogitada no meio político: "Ambos vieram das costelas do PT". Portanto, frisou o tucano, a união mostra a fragilidade do projeto petista. Segundo Aécio, pesquisas apontam que 60% dos brasileiros não querem votar novamente na Dilma, "fato que torna um campo fértil para a construção de um projeto alternativo de oposição".Para 2014. Aécio disse não está nos seus planos sair candidato a vice-presidente. Segundo ele, as chapas serão resolvidas a partir de abril, incluindo a própria candidatura do PSDB. "Até lá, teremos de gastar muita sola de sapato pelo Brasil, incluindo fóruns internacionais para falarmos com investidores, que cada vez mais estão se afastando do Brasil. Haja visto os leilões vazios para concessões do setor rodoviário e pré-sal, como reflexo da atuação do atual governo. Temos de ver o setor privado como parceiro, não como inimigo." O grande desafio do PSDB hoje, segundo ele, é reconectar-se a setores que já estiveram ligados ao partido mas que ao longo do tempo, se distanciaram. "Temos realizados vários seminários pelo Brasil, esta é prioridade neste ano. As alianças partidárias virão a partir da capacidade de sermos intérpretes deste sentimento da sociedade." Críticas à economia. O senador tucano criticou, mais uma vez, o modelo econômico do governo Dilma, lembrando que o país precisa vencer desafios para voltar a ser uma nação confiável, sobretudo para o investimento privado. "Vou reforçar que as coisas vão mal mas podem ser corrigidas porque as instituições no Brasil são sólidas", disse ele. Segundo Aécio, o Brasil hoje é uma nação pouco confiável, onde os pilares da macroeconomia construídos no governo do PSDB foram colocados em risco por uma má condução da política econômica ao longo desses anos. "Privilegiou-se o crescimento econômico apenas pelo consumo , a partir da oferta ampla de crédito, não percebendo que isso teria um limite," disse ele."Há dez dias vimos a presidente da República retornar a uma agenda de 10 anos atrás, quando falou, também para investidores que o Brasil é um país que respeita contratos e que não intervém na economia. Isso não encontra ressonância na realidade de hoje", disse Neves.

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