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Em 2017, Papai Noel, 007 e Vira-Lata podem ser vereadores em SP

Candidatos apostam no famoso ‘efeito Tiririca’, que, no ano de 2010, rendeu 1,3 milhão de votos e uma cadeira na Câmara Federal na base da piada

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Por Adriana Ferraz
Atualização:
O candidato a vereador em São Paulo Papai Noel Robson (PEN) Foto: Werther Santana|Estadão

Em 2017, Bin Lade (sic) pode virar vereador em São Paulo, ao lado do agente 007, do Vira-Lata ou do Papai Noel. A lista de candidatos que escolhem expor nos santinhos apelidos ou expressões populares para conquistar votos inclui ainda o Vovô do Funk, a Carmen Miranda, o Sangue bom e o Boca Nervosa. Todos apostam no famoso ‘efeito Tiririca’, que, no ano de 2010, rendeu 1,3 milhão de votos e uma cadeira na Câmara Federal na base da piada.

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Nesta eleição, 1.269 candidatos disputam um gabinete na Câmara Municipal – são 23 por vaga. Nesse universo, há também nomes famosos, como os ex-jogadores de futebol Ademir da Guia e Marcelinho Carioca, o ator transexual Thammy Miranda, filho da cantora Gretchen, o ex-BBB Dicesar e a dançarina Mulher Pera, que diz ter se transformado para sua segunda tentativa de entrar no Legislativo Municipal.

“Acho que tenho mais chance desta vez. Mudei totalmente. Não exponho meu corpo como antes. Espero ter votos pelos meus projetos, não mais pelo meu decote”, diz Suélem Nami Cury, de 29 anos, a Pera (PT do B). Entre suas prioridades, caso eleita, está a defesa da Saúde. “Vou lutar para que a cidade tenha mais postos de saúde na periferia.”

A campanha de Robinson Novais, o Papai Noel (PEN), também foca nos mais carentes, especialmente as crianças e os idosos. “Como o Papai Noel Robson, recebo muitos pedidos de ajuda, mas nunca consegui atenção dos vereadores, por isso agora quero ser um deles”, diz o candidato de 59 anos, que se veste a caráter para distribuir folhetos com seu nome e número. Segundo ele, a roupa é necessária para que ele possa ser “reconhecido nas ruas”, mas o trabalho, diz ele, é sério.

Com turbante na cabeça, barba branca comprida e roupa de gari, Manoel dos Santos, o Bin Lade (PEN), não esconde o tom de brincadeira de sua campanha: “Faça o bem, sem escolher a quem! Vote bem, vote Bin Laden, o terrorista do bem.” Nascido em Pernambuco, Manoel trabalha como pedreiro em São Paulo há quase 30 anos. Fiquei famoso com esse apelido. As pessoas acham que pareço esse Bin Laden, então passei a usar o nome. Mas aqui não tem terrorista não. Se ganhar a eleição, vou ajudar as pessoas”, promete.

Sobrenome. Apelar a sobrenomes famosos do ramo da política é outra estratégia muito usada pelos candidatos, mas que pode confundir os eleitores. No dia 2 de outubro, os eleitores que optarem por votar em Goulart (PSD), por exemplo, estarão escolhendo Rodrigo Goulart, e não Antonio Goulart, que foi cinco vezes eleito vereador e hoje é deputado federal.

“Indicar Rodrigo como meu sucessor é um caminho natural. Ele sempre me ajudou, conhece muito bem a cidade e é corintianísssimo”, afirmou o parlamentar, que é ligado ao clube.

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Quem ajudou a eleger Roberto Tripoli em 2012, campeão de votos naquele ano, também precisa prestar atenção em frente à urna. O sobrenome, desta vez, será representado por José Reginaldo (PV), irmão do atual deputado estadual. A lista de parentes tem ainda Curiati Jr. (PP), Lívia Fidelix (PRTB), Mozart Russomano (PEN), Celso Giannazzi (Psol) e Talita Eymael (PSDC), entre outros.

Para quem não é engraçadinho, famoso ou tem parente na política, a disputa é mais pesada, diz o vereador Gilberto Natalini (PV). “Eleição é como um vestibular que enfrentamos a cada quatro anos. Tem que estudar, se esforçar para passar.”