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Papa critica lei brasileira sobre divórcio

Por Agencia Estado
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Ao defender os valores cristãos da família, em discurso aos bispos do Regional Leste 2 (Minas e Espírito Santo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que encerraram, no último sábado, sua visita ad limina a Roma - obrigatória, a cada cinco anos - João Paulo II condenou os representantes da Igreja que manifestam opiniões contrárias à doutrina sobre a instituição do casamento e a moralidade sexual. "As opiniões contrastantes de teólogos, sacerdotes e religiosos, divulgadas pelos meios de comunicação, sobre relações pré-matrimoniais, controle de natalidade, admissão dos divorciados aos sacramentos, homossexualidade e lesbianismo, fecundação artificial, uso de práticas abortivas ou eutanásia, mostram a grande incerteza e a confusão que perturbam e chegam a anestesiar a consciência de muitos fiéis", advertiu o papa. Em seu discurso, só nesta segunda-feira divulgado pelo Serviço de Informação do Vaticano (VIS), João Paulo II pediu ao episcopado brasileiro que dê novo impulso à defesa e promoção da instituição familiar. "Apesar dos valores da tradição brasileira - como respeito, solidariedade e privacidade, existem fatores sociais que tendem a desestabilizar o núcleo familiar", observou. "Há tentativas, na opinião pública e na legislação civil, de equiparar a família a meras uniões de fato ou de reconhecer como tal uma união de pessoas do mesmo sexo", disse o pontífice. "Essas e outras anomalias nos levam a proclamar com firmeza pastoral a verdade sobre o matrimônio e a família", acrescentou João Paulo II, depois de criticar as leis civis brasileiras que "favorecem o divórcio e ameaçam a vida ao tentar aprovar oficialmente o aborto". O discurso condena campanhas de controle da natalidade, "que levam à esterilização de milhares de mulheres, sobretudo no Nordeste". Depois de advertir que "a falta de valores morais abre as portas à infidelidade e à dissolução do matrimônio", o papa exortou os casados a darem testemunho da grandeza da vida conjugal e familiar, fundada na fidelidade ao compromisso assumido diante de Deus. "Graças ao sacramento do matrimônio, o amor humano adquire valor sobrenatural", afirmou. O arcebispo de Botucatu, d. Aloysio Penna, responsável pela pastoral da família na CNBB, disse que João Paulo II está bem informado, pois é perfeito o quadro que traçou da situação brasileira. "Sobretudo quando fala da confusão provocada pelos padres que dão aos católicos uma orientação contrária à doutrina da Igreja", observou d. Aloysio.

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