SÃO PAULO e RIO – Pelo segundo dia consecutivo, moradores de cidades brasileiroas fizeram panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro. A manifestação, convocada pelas redes sociais, é realizada no mesmo dia em que o Brasil alcançou novos recordes de mortes pela covid-19 em um só dia.
A cidade de São Paulo a registrou protestos em bairros como Pinheiros, Pompeia, Sumaré, Santa Cecília, Cerqueira César, Barra Funda e o Itaim Bibi, todos na região do centro expandido. Panelaços também foram registrados na cidade do Rio de Janeiro, em Porto Alegre e em Brasília.
No Rio de Janeiro, o panelaço começou às 20h30. O barulho de panelas e gritos de “fora, Bolsonaro”, “assassino”, “genocida” e outros foram ouvidos nos bairros de Copacabana, Flamengo, Glória, Laranjeiras, Cosme Velho, Jardim Botânico (na zona sul) e Grajaú (zona norte). As manifestações se estenderam por cerca de dez minutos, até por volta de 20h40.
Em Brasília, houve panelaços nas Asas Norte (313 e 410) e Sul (307). Ali também foram entoados gritos como "Fora, Bolsonaro", "assassino" e "Fora genocida". Moradores de Porto Alegre também registraram o protesto nas redes sociais.
A manifestação ocorre um dia após Bolsonaro cancelar um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, que seria veiculado na terça, 2. Apesar do cancelamento, grupos de oposição ao governo mantiveram a convocação para o panelaço tanto na terça quanto nesta quarta. O pronunciamento iria abordar a medida do governo federal de zerar PIS/Cofins sobre o óleo diesel por dois meses e sobre o gás de cozinha de forma permanente. A redução atende a reivindicações de caminhoneiros, base de apoio do presidente, e ocorreu após reajustes nos preços de combustíveis anunciados pela Petrobrás.
Em suas contas oficiais no Twitter, grupos da oposição como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Frente Brasil Sem Medo, e partidos como PCdoB e PSTU, pediram adesão ao panelaço marcado para as 20h30 desta quarta. O movimento Vem Pra Rua, que faz oposição ao governo pela direita, também aderiu ao panelaço.
Em janeiro, panelaços em várias capitais foram registrados durante a crise da falta de oxigênio em Manaus.