Pane elétrica causou acidente na P-34

Plataforma da Petrobras adernou 30º graus e corre o risco de naufragar. Prejuízos ao Estado do Rio chegam a R$ 3,7 milhões

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma pane elétrica na plataforma de produção de petróleo P-34, que opera entre os campos de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos, no litoral norte fluminense, provocou hoje à tarde o adernamento da unidade, que corre o risco de afundar e teve que ser ser evacuada. Segundo a Petrobras, a plafatorma, que é um navio, foi estabilizada, mas ainda não é possível dizer se está livre do risco de naufrágio. A P-34 produz cerca de 39 mil barris de petróleo por dia e tem valor de mercado em torno de US$ 200 milhões. A estatal mobilizou equipes de salvamento para evitar o afundamento e reduzir os impactos de um possível vazamento de petróleo. Em 2001, outra plataforma, a P-36, afundou, após explodir. Onze pessoas morreram. De acordo com a empresa, ninguém ficou ferido no acidente, que ocorreu por volta das 15h30. Também não há registro de incêndio ou explosão. A P-34 está ancorada a 120 quilômetros da costa, a uma lâmina d?água (distância entre a superfície e o fundo do mar) de 860 metros. Os 76 funcionários que trabalhavam na unidade na hora foram levados para plataformas próximas. A P-34 é fruto da adaptação de um petroleiro antigo, dos anos 50, transformado em unidade de produção de petróleo em 1994, e opera como sistema-piloto em campos prestes a iniciar a produção. Ou seja, produz petróleo nesses campos, enquanto as plataformas definitivas estão sendo construídas. Sua substituta, que se chamará P-43, já está em construção. Foi a primeira plataforma da Petrobrás a usar um sistema que consiste em um modelo de ancoragem que fixa apenas a proa do navio, permitindo que gire em torno da torre de ancoragem de acordo com as condições do mar. Por ser um navio, tem um alto grau de flutuabilidade, ou seja, é mais difícil afundar, diz um técnico do setor. Segundo informações de funcionários da Petrobras, a P-34 tem um tanque para armazenar o óleo produzido, o que pode aumentar a dimensão de um vazamento. O presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Maurício França Rubem, disse que funcionários da estatal em Macaé, base de operação para a Bacia de Campos, informaram que a P-34 atingiu um nível de inclinação de 30°, considerado arriscado. Rubem, porém, disse que não foi informado sobre a causa do acidente. Para um técnico do setor, não está afastada a hipótese de erro operacional, devido à boa flutuabilidade do navio. Segundo o prefeito de Campos, Arnaldo Vianna, o acidente vai causar um prejuízo de R$ 3,7 milhões para o Estado do Rio, R$ 700 mil apenas para o município de Campos, em royalties do petróleo que deixarão de ser recolhidos. Ele disse que foi informado por funcionários da Petrobras sobre o acidente no navio-plataforma. "Eles me disseram que houve uma pane elétrica, mas não sabiam o motivo. E eles me asseguraram que o navio está inclinado, mas não está afundando", contou. Vianna também foi informado que, na plataforma, havia 76 funcionários trabalhando no momento da pane. O prefeito, que preside a Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Arnaldo Vianna, lamentou o acidente e disse que está preocupado com a segurança dos petroleiros, com o meio ambiente e com a economia da região Norte Fluminense. "Desta vez, não houve vítimas, mas os prejuízos são grandes. E a gente fica muito preocupado porque nos lembramos do que aconteceu na P-36." Vianna disse que os municípios produtores vão conversar com a Petrobras para pedir mais segurança para as plataformas. "Vamos cobrar uma posição firme da empresa para que não ocorram novos acidentes", afirmou. Veja o especial sobre o acidente com a P-34 Veja o especial sobre a P-36

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