PUBLICIDADE

Palocci diz à CPI que se enganou sobre "aluguel" de avião

Por Agencia Estado
Atualização:

O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) informou que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci enviou à comissão hoje pela manhã uma carta em que afirma ter se confundido quando disse, no depoimento prestado no último dia 26, que o PT "alugou", em julho de 2003, o avião pertencente ao empresário José Roberto Colnaghi que o transportou para um evento partidário de Brasília para Ribeirão Preto. "Ele fala que realmente se confundiu quando disse que o PT tinha ´alugado´ o avião e explica que quis dizer, na verdade, que o partido tinha ´providenciado´ a aeronave", disse Garibaldi. Segundo o relator, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), lerá a carta de Palocci na sessão desta tarde. O aluguel do avião foi desmentido pelo próprio Colnaghi, em carta recebida ontem pela CPI. Na correspondência, o empresário afirma que a aeronave "jamais foi locada a terceiros, nem cobrado qualquer reembolso por todos quantos nele já viajaram". Em dezembro, Palocci já teve de dar explicações sobre o uso do avião à Comissão de Ética Pública do governo federal, que considerou suas explicações satisfatórias. Resolução do órgão proíbe que autoridades públicas usem meios de transporte cedidos por particulares. Na carta encaminhada à CPI, o ministro da Fazenda diz que, após examinar notas taquigráficas e ler a correspondência do empresário José Roberto Colnaghi, reafirma ter utilizado os meios disponibilizados pelo PT para fazer a viagem. Entretanto, o ministro diz ter se dado conta de que cometeu uma "imprecisão terminológica" ao recorrer à expressão "alugou", sem se apegar ao sentido estrito do termo. Diante da iniciativa do ministro, a CPI deve recuar da decisão de votar o requerimento apresentado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) pedindo que Palocci confirme ou negue a afirmação de Colnaghi. Como o ministro depôs como convidado, e, portanto, não assinou o termo de compromisso de dizer a verdade, o procedimento era necessário caso a CPI tivesse intenção de indiciá-lo por falso testemunho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.