Palmiteiros querem certificação externa

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Por Agencia Estado
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As 23 maiores produtoras de palmito do País e responsáveis por 50% da produção nacional do produto não querem mais ser inspecionadas pelo Ministério da Saúde, mas por uma empresa de certificação internacional. "Esse tipo de vigilância só denigre nossa imagem e só se justifica se a portaria nº 362.363, em vigor desde 1999, for estendida a toda a indústria alimentícia", dispara Carlos Gini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Palmito (Anfap) e diretor da Indústria de Conservas Gini, que produz a marca Plant para os setor de food-service. A vigilância foi iniciada quando surgiram casos de botulismo causados pelo consumo de palmito.As denúncias de botulismo ocorridas nos últimos anos e a divulgação de casos de extração clandestina e predatória do palmito ganharam corpo e contribuíram para diminuir o consumo do produto. "Por causa de uns, o setor arca com prejuízo", afirma Carlos Gini. A própria Gini foi processada judicialmente por um caso de botulismo no Rio de Janeiro. Ainda na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão do palmito de pupunha em conserva da marca Ecológico, fabricado pela Alimentos Tupi, localizada em Tupi Paulista. O produto não tinha registro no Ministério da Saúde e, segundo a entidade, pode oferecer risco à saúde do consumidor. A denúncia foi feita pela vigilância sanitária de Três Lagoas (MS), que encontrou o produto no comércio local e verificou que não estava autorizado. Além disso, o rótulo apresentava dados errados, como endereço falso da indústria. A empresa foi interditada e não fabrica mais o palmito. Segundo Gini, não há como comprovar que uma empresa segue as normas sanitárias se não for inspecionada. Ele ressalta que, antes de o governo implantar a portaria nº 362.363, que obriga a Anvisa a inspecionar as companhias no Brasil, o País contava com 400 empresas produtoras de palmito, e o número foi reduzido para menos da metade a partir de 1999, com a nova portaria. Segundo ele, desde 1998 o setor registra um crescimento vegetativo. Palmitos em conserva que não respeitam os procedimentos e a inspeção por parte da Anvisa podem apresentar risco de contaminação pela bactéria do botulismo, a Clostridium botulinum, que provoca morte. A Lei nº 6.437/77 prevê punições que vão de notificação a multas de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.

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