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Palácio do Planalto não comenta lista de Fachin por não conter 'fato novo'

Fontes da Presidência afirmam que nível de preocupação do governo, com nove ministros envolvidos, continua o mesmo

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Por Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto informou, via assessoria de imprensa, que o governo não vai se pronunciar sobre a revelação, com exclusividade pelo Estado, de que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra nove ministros do governo Temer. "Não  comentaremosasinvestigações em curso", limitou-se a responder a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). 

O presidente Michel Temer em reunião com líderes, no Palácio do Planalto Foto: Joédson Alves/Efe

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A revelacao da lista causou apreensão e cautela nos corredores do Palácio do Planalto. Auxiliares do presidente, entretanto, tentam minimizar as revelações, dizendo que muitas delas já “eram esperadas” e conhecidas. “O nível de preocupação continua o mesmo, as circunstâncias são as mesmas. Não há nenhum fato novo”, afirmou um assessor da Presidência.

Apesar disso, interlocutores reconheceram que o envolvimento de membros da cúpula do governo na lista de Fachin ganhará repercussão, deve dominar os noticiários dos próximos dias e pode contaminar debates importantes, como o da reforma da Previdência. Segundo fontes do Planalto, ainda é difícil mensurar o desgaste que o governo sofrerá com isso.

Até o momento, garantem auxiliares de Temer, a linha de “corte” para que o presidente afaste ministros continua a que ele já anunciou publicamente. Sendo assim, apenas a abertura de inquérito não culmina com o afastamento dos ministros. “Não tem nenhum fato novo, o quadro é o mesmo”, disse uma fonte próxima ao presidente.

Assim que nomeou Moreira Franco para a Secretaria-Geral e foi acusado de fazê-lo para dar foro ao ministro, Temer veio a publico, no dia 13 de feveiro, e afirmou que “uma simples menção não pode ser modo definitivo de incriminar” ou afastar a autoridade do cargo. “Se houver denúncia, que é um conjunto de provas, eventualmente que possam conduzir ao seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado será afastado provisoriamente. Logo depois, se acolhida a denúncia, e aí o ministro se transformando em réu, o afastamento é definido”, disse o presidente. “Se alguém converter-se em réu estará afastado, independentemente do julgamento final.” 

Sem comentários. Os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha (Casa Civil) estão na lista de Fachin. Por meio de sua assessoria, Moreira Franco afirmou que não comentaria a autorização de abertura de inquérito contra ele. A assessoria de Padilha ainda não respondeu à reportagem. Segundo fontes, Padilha está em uma reunião e ainda não teria sido informado da revelação.

O Estado mostrou, com exclusividade, que Fachin determinou a abertura de inquérito contra nove ministros do governo Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas - como mostram as 83 decisões do magistrado. 

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