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Palácio da Alvorada reabre após reforma paga por empresários

A obra custou R$ 18,4 milhões e foi paga por um grupo de 20 empresários

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao reabrir com festa os salões do Palácio da Alvorada a um seleto grupo de 200 convidados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu o fechamento, agora, do Palácio do Planalto, local onde trabalha, para uma ampla reforma. "É só entrar (no Planalto) para ver como aquilo precisa paralisar", disse. A seis meses das eleições, ele ainda não anunciou oficialmente se vai brigar pelo direito de residir e despachar por mais quatro anos nos prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. "Se depender de mim tem muita coisa para ser restaurada neste País." A festa deveria ter ocorrido na semana passada, mas o escândalo político que derrubou o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, adiou o evento. Dirigindo-se a empresários que ajudaram a pagar R$ 18,4 milhões na restauração, Lula disse que, se depender dele, os financiadores serão parceiros de muitas outras obras. O presidente relatou ter encontrado salas com até três camadas de carpete, em péssimo estado de conservação. "Isso é uma demonstração de negligência até com a saúde de quem fez", avaliou. Do outro lado Lula rebateu críticas ao dinheiro gasto na reforma do Alvorada. "No Brasil, lamentavelmente, quando você pensa em fazer uma restauração de monumento histórico sempre aparece um engraçadinho para dizer que isso poderia ser gasto na compra de tantas cestas básicas ou casas populares", reclamou. "Com medo das críticas, ninguém tem coragem de fazer", completou. No governo Fernando Henrique Cardoso, o Ministério da Cultura cogitou uma reforma ampla do Alvorada. O projeto foi arquivado em meio a críticas de partidos como o PT. Lula ainda fez elogios à primeira-dama, Marisa Letícia, que deu "palpites" na restauração, e ao ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1960), construtor de Brasília. "Só quando as pessoas morrem são valorizadas", disse o presidente. Marisa e Lula se mudaram do Alvorada para a Granja do Torto em outubro de 2004, e as reformas foram iniciadas em dezembro do mesmo ano, durando um ano e três meses. A obra custou R$ 18,4 milhões e foi paga por um grupo de 20 empresários ligados à Abdib - Associação Brasileira de Indústrias de Base. A única placa na frente do Palácio que fala da obra não especifica o valor total ali gasto. Cita apenas a parte referente à restauração do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico na capela do palácio informando que ela teria custado R$ 250 mil. A maior parte da reforma foi na rede elétrica, totalmente trocada, inclusive a voltagem, que, ao contrário do restante da cidade, era de 110 volts e não de 220 volts. Um sistema de ar condicionado central também foi instalado em todos os cômodos, em substituição a alguns aparelhos que existiam em alguns ambientes. Enxoval novo Duas semanas antes de Lula e D. Marisa voltarem para o Alvorada, o Palácio do Planalto abriu licitação para renovação do enxoval para o casal presidencial e para os servidores que lá trabalham. A lista de compras aberta nos últimos dias soma R$ 287 mil. Uma das compras, de R$ 112,73 mil, é para a aquisição de roupas de cama e banho, que inclui 15 edredons para cama de casal SuperKing dupla face, ao preço de R$ 640 cada, e outros 54 edredons para camas de solteiro, a R$ 176 cada. Também estão sendo adquiridas 20 toalhas de banho para piscina tamanho extra gigante, ao preço de R$ 54 cada, 28 colchas para camas de solteiro, ao preço de R$ 411 cada e quatro colchas de cama de casal de piquê, com acabamento ponto Paris, custando R$ 990 cada. Outra licitação foi para a compra de 74 colchões, sendo que 14 deles custarão R$ 830 cada. Os 98 servidores que trabalham tanto no Alvorada, quanto na Granja do Torto, também ganharão novos uniformes, que custarão R$ 50 mil. Este pacote de compras de novos uniformes será para atender os oito integrantes da administração dos palácios, 12 atendentes das copas, dois que cumprem atividades no cinema, 39 na cozinha e refeitório, 27 zeladores, quatro bombeiros hidráulicos, dois na manutenção da piscina e quatro eletricistas. Os ternos masculinos, custarão R$ 210 cada, os sapatos têm dois preços 36 a R$ 100 e 116 a R$ 78. Os 28 pares de sapatos femininos sairão a R$ 90 cada e os 228 pares de meias pretas, a R$ 7,50 cada. Além das licitações para cama e banho, de R$ 112 mil e a de R$ 50 mil para compra de uniformes, há uma outra de R$ 62 mil 250 para a aquisição de 35 camas do tipo beliche tubular cor branca, com estrutura de aço desmontável, que custarão R$ 880 cada, e 74 colchões de três tipos. Os 14 mais sofisticados, que custarão R$ 830, têm 208 cm de comprimento, 138 cm de largura e 20 cm de espessura. Há ainda outros 60, também para camas de solteiro, sendo que 30 deles custarão R$ 345 cada e outros 30, R$ 316 cada. Colaborou Leonencio Nossa

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