Palácio da Alvorada é reaberto ao público

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, foi reaberto à visitação. Endereço constante de reuniões políticas em Brasília, o palácio permaneceu fechado ao público nos sete anos de governo Fernando Henrique Cardoso. Antes disso, só esteve aberto durante os governos de Fernando Collor de Mello (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994). Primeiro prédio de alvenaria construído em Brasília, o Alvorada foi inaugurado em 1958, dois anos antes da própria capital federal. À exceção de João Figueiredo (1979-1985), que preferiu a Granja do Torto, e Collor, que optou pela Casa da Dinda, todos os demais presidentes moraram no palácio de dois andares e um subsolo, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O nome vem da posição geográfica, com uma vista privilegiada do nascer do sol. Localizado numa península de 400 mil metros quadrados, o Alvorada é um palácio cercado por jardins e gramados, o mais extenso deles à frente do prédio e longo o suficiente para impedir que se identifique, a olho nu, quem deixa a residência. A visitação é gratuita, organizada pelo setor de Relações Públicas da Presidência, e será feita somente nas quintas-feiras, entre 15h30 e 17 horas. Serão distribuídas sempre 200 senhas por dia, a partir das 15 horas. Em turmas de 25 pessoas, o público percorre os jardins do palácio num microônibus. A seguir, faz um ?tour?, a pé, pela área externa, onde fica a piscina, e percorre o palácio, pelo lado de fora, de ponta a ponta, podendo apenas ver o interior dos diversos ambientes do andar térreo. Só é possível entrar na chamada Sala dos Estados, decorada com objetos pessoais de Fernando Henrique e da primeira-dama Ruth Cardoso, e na capela. O visitante não tem acesso ao subsolo, onde ficam a sala de cinema, cozinha, a despensa e a lavanderia, e ao segundo andar, local da área íntima em que moram o presidente e a primeira-dama, num conjunto de quatro suítes. No térreo, a visita inclui o Salão de Banquetes, onde há uma mesa com 30 lugares, e o Salão de Visitas, conjunto de diversos ambientes com um piano, sofás e poltronas, onde sobressai a amplitude do espaço vazio, bem ao gosto de Niemeyer. É possível ver ainda o biblioteca, local com 3.200 livros onde Fernando Henrique costuma gravar os pronunciamentos à Nação. Na entrada do palácio, há a inscrição, na parede, da frase do presidente Juscelino Kubitschek, o idealizador de Brasília. "Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro da altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu País e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável em seu grande destino". Hoje, no primeiro dia de visitação, Fernando Henrique estava longe do palácio, a caminho da Suécia. Segundo assessores do presidente, ele poderá ser visto pelo público, quando estiver em Brasília, ao sair do Alvorada em direção ao Palácio do Planalto, o que costuma fazer por volta das 15h30. Por motivo de segurança, o público não pode levar bolsas nem mochilas na visita, e todos passam por detector de metais. A bancária Iara Alencar do Vale, de 37 anos, formada em arquitetura, levou os filhos, a cunhada, a prima e a empregada para conhecer o Alvorada. "É importante ver o local onde mora o presidente", disse Iara. O professor de arquitetura Andrey Schlee, de 38 anos, que mora em Santa Maria (RS), aproveitou a vinda a Brasília para fazer a visita. "É uma possibilidade única de conhecer o palácio, uma das melhores obras de Niemeyer no Brasil", disse ele.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.