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Países do Mercosul têm divergências em relação a crise

Por JAMIL CHADE
Atualização:

O Mercosul não se entende sobre a formulação de uma estratégia comercial diante da recessão que se anuncia em todo o mundo. O bloco não consegue chegar a um acordo sobre como tratar da entrada de produtos chineses e nem como lidar com o crescente volume de importação em uma época de crise. O bloco também não chega a uma posição comum a liberalização na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). A crise instalada no Mercosul começou a ser evidenciada já no final da semana passada. A Argentina sugeriu o aumento das tarifas de importação sobre brinquedos, têxteis e móveis chineses. Frutas européias também entrariam no projeto de aumento de taxas. O Brasil chegou a dar sinais de que poderia aceitar alguns tipos de medidas. Mas o Uruguai foi contra e evitou que houvesse um acordo. Para Montevidéu, se argentinos querem proteger sua indústria, a melhor forma seria a de abrir investigações de dumping e aplicar barreiras provisórias, e não aumentar tarifas. Diante do impasse, o bloco não tomou nenhuma decisão. O Mercosul também não consegue fechar uma posição conjunta em relação a sua estratégia comercial. Na semana passada, o governo de Buenos Aires apresentou de forma isolada uma proposta para manter até 24% de seu comércio totalmente protegido da concorrência internacional. A proposta ainda fala de um corte de apenas 42% nas tarifas de importação. Os países ricos alertam que não aceitarão a conclusão da Rodada Doha, lançada em 2001, sem um maior acesso para seus produtos industriais nos mercados dos países emergentes. O Itamaraty relevou manteve uma série de reuniões com delegados argentinos nos últimos dias para tentar chegar a um posição comum. Mas os dois países não conseguem se entender.

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