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Países devem ´dar um passo atrás´ na Rodada Doha, diz Prodi

Para premier italiano, o passo atrás é necessário para ´tornar o acordo possível´

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Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, defendeu em discurso no Palácio do Planalto, que países ricos devem dar um passo para trás nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) para que seja possível se chegar a um acordo. "As negociações de Doha são difíceis, complicadas. É preciso que possamos trabalhar para darmos um passo para trás para tornar este acordo possível", declarou Prodi. A Rodada Doha, ou rodada do desenvolvimento, é um ciclo de negociações comerciais iniciado em novembro de 2001, em Doha, no Catar. Estas negociações têm por objetivo avançar na liberação do comércio de produtos agrícolas, sendo que os subsídios à agricultura são o principal ponto das discussões. "Há a necessidade de que todos se mexam porque a não solução positiva de Doha pode prejudicar o mundo e trair os nossos objetivos políticos. Não se trata de retórica", afirmou o primeiro-ministro, insistindo que quando fala em dar um passo atrás, reitera que ele deve ser dado por todos os países, inclusive pela União Européia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, lembrou que os dois países estão empenhados no êxito das negociações da Rodada Doha. "Temos de corrigir as injustiças de um modelo de liberalização comercial que ainda não trouxe os benefícios, tantas vezes prometidos, para a maioria dos membros da OMC", declarou. Lula acentuou ainda que, por esta razão, solicitou o empenho do governo Prodi para que "a Itália continue a atuar na formulação de uma posição negociadora européia que nos leve a um acordo justo, sobretudo para os mais pobres". Ao falar sobre os acordos assinados e a necessidade de eles beneficiarem também os países mais pobres, o primeiro-ministro italiano Romano Prodi disse: "Temos um caminho comum, mas que precisa se traduzir em um mundo mais participativo e igualitário. Os acordos bilaterais devem ser inseridos em quadros. Eu apoiei fortemente este passo de incluir os países africanos nos acordos. O quadro é complexo e não podemos deixar que existam apenas blocos separados entre si porque senão vamos ter uma África completamente excluída, pois eles não serão incluídos em nenhum grupo".

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