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Ato pró-Dilma pede ‘Fora Cunha’ em SP

Organizada por sindicatos e movimentos sociais, manifestação contra Eduardo Cunha e impeachment da presidente lota avenidas da capital

Por Ricardo Galhardo e Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Milhares de pessoas foram às ruas nesta quarta-feira, 16, em pelo menos 23 cidades aos gritos de “Não vai ter golpe” para protestar contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os manifestantes também pediram a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O maior ato aconteceu em São Paulo, onde os manifestantes foram em passeata da Avenida Paulista até a Praça da República. Houve controvérsia quanto ao número de participantes. Os organizadores do evento estimaram que 100 mil pessoas estiveram no protesto. Segundo a Polícia Militar, foram 3 mil, às 19h. 

Protestos contra o impeachment, em São Paulo Foto: Ricardo Galhardo Estadão

“Foi um grande ato. Mostramos a unidade dos movimentos sociais e deixamos claro que vamos resistir nas ruas ao impeachment. Amanhã (hoje) vamos nos reunir com a presidente Dilma com muito mais força para pedir mudanças na política econômica e entrar em 2016 com uma nova agenda”, disse Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP). Nesta quinta-feira, 17, Dilma receberá representantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, responsáveis pelos atos.

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Comemoração. Cunha foi o alvo principal dos manifestantes, chamado de ladrão, sem vergonha, homofóbico, vagabundo, chantagista. “Cunha é ladrão, sem vergonha e deveria sair da Câmara para a cadeia”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, em discurso no principal carro de som do evento.

Quando um dos oradores anunciou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia pedido ao Supremo Tribunal Federal saída de Cunha da presidência da Câmara, a multidão comemorou como se fosse um gol da seleção brasileira. A defesa de Dilma foi sublinhada pela ressalva de que ela fica, mas tem de mudar a política econômica. “Não permitimos o golpismo, mas não é para manter essa política econômica de desemprego e recessão”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas. Para a direção do PT, o saldo foi positivo. “Foi um ato vitorioso, com uma quantidade expressiva de gente nas ruas mostrando contra o impeachment”, disse o presidente municipal do PT de São Paulo, Paulo Fiorilo.