A ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT às eleições presidenciais deste ano, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira, 5, que o Estado brasileiro não vive a fase antiga do estatismo da década de 1950 e nem a neoliberal, ao ser questionada, em entrevista, sobre a possível tendência de o PT elaborar um programa de cunho mais estatizante para a disputa da sucessão presidencial. "O Estado tem que ter uma presença clara na economia", defendeu a ministra, ao citar exemplos de programas com subsídio público para populações de baixa renda.
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Ela também voltou a mencionar a crise financeira internacional para exemplificar que a atuação do Estado forneceu "armas" ao seu enfrentamento e concluiu que o País está maduro para combinar a presença estatal com parceiros privados. "O Brasil está maduro para ter uma combinação boa entre o Estado necessário e o setor privado", apontou após participar, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da inauguração da Ceitec, empresa produtora de semicondutores.
Em discurso no evento, Lula aproveitou para destacar o fato de a Ceitec ser uma estatal, que recebeu R$ 400 milhões em investimentos do governo. "Não queremos estatizar por estatizar", disse Lula, antes de citar projetos em parceria com o setor privado. Ele defendeu, contudo, a presença do Estado para garantir que todos tenham acesso à conexão por banda larga.
O presidente explicou que o projeto do governo para o setor está quase acabado, mas será discutido com a sociedade. Lula contou que serão ouvidos, ainda, representantes da sociedade civil, empresários e proprietários de lan house para apresentar contribuições. O presidente também brincou com a finalidade das estatais, ao dizer que "tudo tem que ser superavitário, numa referência ao fato de que elas também precisam apresentar lucro."