Pais de Pedrinho estão angustiados com encontro

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A alegria inicial pelo aparecimento do filho seqüestrado há 16 anos numa maternidade em Brasília, agora, se mistura com angustia. De um lado, a família Tapajós, os pais biológicos, sofre na expectativa do reencontro com Pedrinho e dos desdobramentos desse momento. Do outro, assustado com toda a situação, o menino teme que algo possa acontecer com Vilma Martins da Costa, sua verdadeira mãe até poucos dias atrás quando descobriu sua real identidade. Desde que recebeu o resultado do exame de DNA, comprovando que Pedrinho não era mais um alarme falso e, sim, o menino Pedrinho, o último contato que o auditor fiscal da Receita Federa Jayro Tapajós Braule Pinto teve com o filho foi na sexta-feira, por volta das 16h, por telefone. O menino, que mora em Goiânia num bairro de classe média-alta, já não estava mais em casa. Preocupado com mãe, ele quer também preservar sua individualidade e evitar exposição na mídia. Em Brasília, a espera silenciosa da família Tapajós faz os minutos parecerem mais longos. A apreensão pela falta de notícias sobre o que está acontecendo em Goiânia é grande. O auditor da Receita confessa que pensou em ir até a cidade que fica cerca de 200 km de Brasília mas desistiu porque não há mais ninguém na casa de Pedrinho. Com isso, a expectativa é que o menino tenha aceitado o pedido do pai para ficar com o número do telefone no bolso. Por causa disso, a família Tapajós não sai de casa aguardando um contato. ?Estou angustiado mas na hora em que abraçá-lo isso acaba. Peço a Deus que não demore?, desabafou Jayro, por volta das 11h de deste sábado, numa entrevista concedida aos jornalistas que fazem plantão na porta da sua casa, num bairro nobre da capital federal. O auditor da Receita aproveitou ainda para mandar um recado a Pedrinho: ?Meu filho, você não tem culpa de nada e não tem que se envergonhar de nada. Não precisa ter medo, nós só queremos te dar amor. Se quiser ligar para o meu telefone para desabafar ou pedir qualquer coisa fique à vontade?. Segundo ele, a família só tem a agradecer a mãe adotiva por ter criado bem o menino e o amado esse tempo todo. ?Se ele hoje é o rapaz educado que é, deve isso à família que o criou?, disse, ressaltando que não tem controle sobre as questões jurídicas. Isso, afirma, é responsabilidade do Ministério Público e da sociedade. Jayro prefere se concentrar em detalhes sobre a vida do menino que leu na imprensa, como o apelido de ?Monstro?. ?Gostei muito. É apelido de cabra macho?, brincou. Nervoso, o auditor conversou por telefone com o advogado da família em Goiânia, Izízio Barbosa. O contato foi feito por meio de uma rádio. Na conversa, o advogado disse que o encontro vai acontecer e que esse natal será feliz para a família de Jayro e para o Pedrinho. Ele destacou também que esse encontro deve acontecer com o menor trauma possível para o menino.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.